Aeroporto
No primeiro dia ela era só a garota com um livro na mão no aeroporto, por quem passei correndo a fim de gastar menos possível da moeda do meu tempo.
No segundo dia ela levantava aqueles grandes olhos azuis, me sorria, e eu quase morria afogado.
No terceiro dia ela acenava pra mim, o cabelo longo bagunçado pelo vento. Eu ia até ela que me beijava longamente e começava a me contar uma série de histórias ocorridas durante minha ausência. Me pegava pela mão e todas as minhas moedas caíam e se espalhavam silenciosamente aeroporto afora.
No quarto dia ela estava em um canto, o cabelo curto lhe caindo sobre os olhos negros atentos no livro. Eu chegava perto, ela sorria, me abraçava, sem dizer uma palavra, e a vida era só um quadro em combustão...
No quinto dia mudaram minha rota