EU e o ESPELHO.

Quantas vezes eu olho para o meu espelho, muitas das quais eu preferia nem ter olhado. Não quero ver meu rosto com a tristeza estampada. Noutras vezes eu, apesar de estar chorando, não vejo minhas lágrimas. Como poderia ver se elas não escorrem de meus olhos? Elas se retêm dentro de meu coração e me causam dor. Então eu me afasto do espelho, caminho por dias e me esqueço dele. Nesse ínterim eu tombo pelo caminho, mas parece que estou invisível. Passam por mim e seguem como se ali não houvesse uma pessoa caída. Resta-me voltar para minha casa. Com grande esforço vou até o espelho. Pressinto que acontecerá alguma coisa diferente. Escuto uma palavra macia que me diz: Sorria e algo bom logo acontecerá! Eu ali permaneço com descrença, e aos poucos liberto um leve sorriso. Fixo meu olhar no espelho e vejo que de meus olhos vertem lágrimas, lágrimas da alegria que brilham suavemente como pequenas estrelas de esperança.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 09/09/2016
Reeditado em 09/09/2016
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