Ela.

Quando nascera, ela viveu seus primeiros momentos de dor. Ela não fora amada, e tampouco a ensinaram a amar, ela não sabia como andar, pois eles a impediam disso. Ela aprendera cedo demais a sofrer.

"Amar dói e preferimos não amar", era o lema de todos a sua volta. E assim foi, ela cresceu repetindo isto em sua mente, pois eles a ensinaram assim: seja fria, seja forte. Mas o problema era que ela era amor demais, era um rio inesgotável de amor, mas nada é realmente demais que não se possa acabar. Eles a secaram, beberam todo o seu amor e jogaram para os cães, pois eram os mais dignos dele. Ela perdera a esperança de muda-los, perdera os sonhos e fantasias de uma menininha que tinha um futuro como sonhadora. Mas eles a moldaram para ser uma pessoa racional e sem emoção.

Como prosseguir, como viver, como andar e sorrir? Era isso que perguntava-se diariamente. A menina não sabia mais como seguir, pois todos a sua volta a diziam para desistir, seus demônios internos estavam lá pedindo sua derrota, pedindo sua força. Ela chegara ao seu ápice de dor, ela só queria desistir e deixar que as ondas do mar a levassem, ela só queria um momento de calmaria e não viver aquelas vida cheia de ondas em ressaca.

E ela começou a desistir, começou a ver que tudo era errado e sem propósito, começou a deixar-se levar pelo mar.

Quase.

Seu "quase "mudara para um não, quando decidiu que seria diferente, que seria uma moldadora de vidas, uma pessoa que salvaria-as. Mudou por que conhecera pessoas longe de si, que amavam, um amor distorcido, mas era um indício dele. Ela começou a seguir em frente pois descobriu que ainda existia esperanças nas pessoas por pessoas que não conhecia. Ela começou a moldar seus sonhos, começou a viver e lutar por eles.

Ela fugira da dor por medo de morrer. Ela sairá de lá na esperança de sofrer menos, decerto sofrera.

Ao sair da dor ela conseguiu, finalmente, ser, e viver como ela sempre sonhara, distribuindo o amor que há muito lhe fora negado.

Ela amou erradamente todas as pessoas, mas pelo menos conseguiu amar pela primeira vez. Era incrível presenciar uma menina que há muito fora amor, hoje o descobrindo novamente.

Finalmente ela quis voar, e liberta-se. E libertou-se.

Ela viveu poesia sem saber sentir.

Ela viveu amor, sem saber amar.

Ela fora uma perdida e estava encontrando seu lar.