A menina e o por do sol.

Assim que começou a engatinhar,ganhou o chão

e um universo a explorar,"seu quintal".

Dizia sua mãe,que desde pequena,brincava com gafanhotos e se encantava com as borboletas.

Entre tantos animais dos quais convivia,tinha um gato,que não largava dela e nem ela dele,"Tutu",esse dormia com ela.O cheiro da terra,era seu perfume;amava andar sem sapatos,e colher flores no mato.

Curupsi,deveria ter sido seu apelido,porem seu pai a chamava de "Chita",escrito exatamente assim,então ela fez questão em manter.

Ela cresceu e lembra de alguns bilhetes deixado por ele na geladeira vermelha:

Chita limpe a casa,não vá pra rua,ajude a cuidar dos seus irmãos,o pai te ama.

A mãe da menina também trabalhava,mas chegava antes do por do sol,e segurando em sua mão, a mãe sentava com ela na calçada de chão batido pra ver o por do sol,na cidade de Duartina;isso já era quase um ritual sagrado.

Hoje, "a menina mulher",sai pra fora todas as tardes ao chegar do trabalho,pega na mão do filho,e sentados no banquinho da calçada,ela fotografa e mostra pra ele as belezas da natureza.As vezes baixinho lhe escapa da boca a palavra;"mãe".

Ele olha pra ela e diz ,aquilo não é mãe, é por do sol,a senhora errou novamente mamãe.

Silene Alexandre de Souza
Enviado por Silene Alexandre de Souza em 29/10/2016
Reeditado em 30/10/2016
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