HORAS TEMPESTUOSAS
 
Dona Ester, ao ver a filha sair no início da noite, teve um pressentimento ruim. Fez-lhe recomendações:
– Guilia, não beba nem dirija em alta velocidade.  Seja cuidadosa.
– Mamãe, fique tranquila. Às 3 horas, estarei em casa.
3... 5... 7... 9 horas. Nada.
– Que noite! Que noite!
Pouco antes das 10 horas, uma viatura da Polícia Rodoviária Federal estacionou em frente à casa da família da moça.
O carro de Guilia havia tombado na Garganta do Diabo. Até o momento, não tinham conseguido resgatá-lo. Segundo pedestres que passavam no local, o veículo, após rodar na entrada da ponte, bateuo precipício, em torno das duas horas
Dona Ester desesperou-se. Familiares e vizinhos tentam acalmá-la, sem sucesso. Foi preciso a ajuda de um médico que lhe prescreveu um calmamente. De pé, na porta da frente, chorando, balbuciava:
– Minha menina... Minha menina...
Os presentes olharam-se sem saber o que fazer para amenizar o sofrimento. O policial solicitou que um familiar os acompanhasse até o vale.
Bombeiros, policiais rodoviários e agentes do Instituto-Geral de Perícia dirigiram-se ao lugar do acidente, mas, só ao anoitecer, deu-se o resgate com a ajuda de um guincho da Secretaria de Transporte.
Guilia sobreviveu ao impacto da queda e, em estado grave, foi levada ao Hospital Cristo Rei, onde permaneceu por longos dias, na Unidade de Terapia Intensiva. O carona, que ficara preso às ferragens, veio a óbito.
Além de algumas limitações físicas para locomover-se, a garota ficou com o emocional abalado. Amigos e familiares tudo fazem para superar as consequências.
Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 02/12/2016
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