A PRINCESA APRISIONADA (VIAGEM ASTRAL N° 17)

Uma ótima noite a todos, pois sempre será noite em kadath. Após os preparativos já tão conhecidos pelos sonhadores. Relaxamento, traçar os símbolos de proteção mental, mantra e invocação. Após isso, entro em um estado cataléptico e acordo nos portões do grande castelo de kingsor na quarta dimensão. Não deveria voltar aqui, mesmo sendo um dos senhores agora e vestindo minha bata não me sinto confortável escrevendo e muito menos visitando esse local, no entanto para que não fique pela metade os contos vou dar seguimento. Estava onde mesmo? Ahh! Nos portões do inferno. Um monte de formalidade me aguarda, mas meu objetivo é apenas um só. Aleijar um dos senhores de Kadath. Frater Izaque. Tenho o plano traçado em minha mente em uma sequencia de 4 etapas: apresentação na ordem, obrigatória esta; visita a Tila minha grande amiga. Única amiga que fiz em Kadath em muitos anos. Treinamento com espadas para os novatos, e por último e não menos importante duelar com Izaque. Existe um local onde praticamos e aperfeiçoamos a esgrima para os mais diversos combates dentro da ordem, esse lugar é chamado de arena. Chegando aos portões sou imediatamente reconhecido pelo guarda que faz uma referencia. Paro em frente ao novato e pergunto:

- Quem é seu mestre?

- Sou filho do senhor Thanathos. Meu nome é Jhun

- Sugiro que peça identificação até mesmo do próprio demônio caso ele passe no portão e você esteja aqui novato. Isso pode custar sua vida.

- Obrigado senhor, não vou me esquecer.

- Me chamo Kronos, sou filho de Vitra Rubra.

- Poupe minha vida senhor, não se repetirá, prometo!

Esqueci como as regras de Kadath podem ser rígidas e mortais. Tenho que segui-las para que ninguém se machuque. Entro e absorvo esse ar gostoso, um ar de saudade. Sem perceber um sorriso brota em meu rosto.

- Por que está sorrindo aqui pequeno K.?

Dentro de Kadath somente uma pessoa me chama assim.

- Tila, minha querida, quanto tempo? Você não caça mais?

- Não tenho permissão para sair de Kadath pequeno K.

- O que aconteceu?

Ela me faz um sinal com a mão batendo no peito. Estamos sendo observados.

- Eu amo esse lugar e vejo que nada mudou. Não pretendo ficar aqui muito tempo. Apenas um abraço, um duelo ou dois. Pode me acompanhar a arena de treinamento?

Disfarçadamente faço um sinal para ela com a mão que diz: sei que estão me observando e quero que se F. sabe? O famoso dedo do meio. Ela sorri com toda beleza de um sorriso.

- Você continua um cavalheiro lorde K. Será que não esqueceu como se luta. Ouvi falar que anda sendo abusado.

Dessa vez gargalhamos juntos. Emoções não são permitidas em Kadath, no entanto, hoje é um dia excepcional. O retorno de um dos senhores. Sim, esse senhor sou eu! Não pensem que é uma festa ou comemoração de algum tipo. Uma sequencia avassaladora para testar todos os dons que são respeitados na cidade. A força, estratégia, lealdade, competência.

Quando dois senhores entram na arena rapidamente o publico se aglomera na esperança de ver uma boa luta. Realizamos combate corpo a corpo, invocações e esgrima. Não necessariamente nessa ordem. Estendo o braço gentilmente para Tila para que ela suba na arena. Minha consciência está completa.

- Quanta gentileza K. Estou começando a achar que você não é você.

Em resposta retiro minha espada devagar passando minhas mãos em sua extensão contrária a lamina em um gesto militar possuindo todo o seu poder. Meus olhos se acendem. Dou as costas a Tila e caminho vinte passos. Nossas energias se chocam antes de qualquer golpe. Os olhos acesos se encontram. Amo esse lugar. Tila ataca, com sua fúria. Eu aparo seu golpe. Em um tom audível apenas para mim ela sussurra:

- Você está sorrindo de novo K.

Em kadath usamos poucos movimentos com a espada, pois quando sacamos nossas espadas ela emite a energia da serpente do seu dono. Podendo incinerar outras energias. Três movimentos em sequencia, uma postura diferente e mais três movimentos obedecendo à mesma sequencia. Tila está mostrando por que ela é uma das senhoras de Kadath.

- Fiquei sabendo que você foi torturado pequeno K.

- Como soube disso? Se apenas o Vitra... deixa pra lá. O que mais soube?

- Ela é fraca por dentro pequeno K. Vai precisar de ajuda. Não a abandone.

- Sabe que tenho que escrever essa conversa não sabe? Por ser o mensageiro da ordem. Não me comprometa meu doce. Já estou machucado o suficiente.

A espada de Tila passa roçando minhas orelhas.

- Concentre-se pequeno K. Não a largue. Não posso te ajudar sem ela. Ela tem potencial e você a quer.

- Não posso forçar as pessoas Tila. Estou esperando o momento dela. Isso está acabando comigo. Parece até que eu tive que usa-la para chegar até aqui. Parece que nada do que aconteceu teve espaço em seu coração. Tenho que dar atenção e energia à consorte, assim manda Vitra.

- Desde quando você fez o que Vitra mandou? Eu te admiro por isso. Ela com sua ira me lembra muito a Frater Dani.

- Não diz o nome dela Tila. Lembra que tenho que escrever.

Dois passos em linha reta estica o pé, chuta em direção à cabeça o pé erra seu alvo. Continua o giro para aproveitar a gravidade dando as costas aplico uma rasteira. Tila pula atacando com a espada de cima pra baixo. Deixo o golpe descer e as espadas se tocam assim como nossos corpos astrais. Guardamos as espadas e partimos para o combate corpo a corpo, nossos olhos continuam acesos. Assumimos a posição de nossos animais de poder corro de quatro já me transformando usando as patas do lobo para ganhar impulso. Salto em direção ao pescoço de Tila que espera até o último instante e se transforma em serpente me apertando em um abraço cada vez mais perigoso.

- Mestre V. está mandando alguém te vigiar de perto. Ele vai chegar e apertar sua mão.

Escapo do abraço mortal usando meu outro animal de poder que se assemelha a um urso. O hibrido. Olhamo-nos e percebemos ao mesmo tempo a mudança no ar e na energia. Paramos o combate apagamos os olhos e saudamos o grande Thanathos um dos três senhores fundadores. Ajoelhados esperamos os três senhores se sentarem.

- Ergam-se crianças da noite! Seja bem vindo Lorde k. vai assumir seu posto quando?

- Obrigado senhor pelas palavras. Irei assumir quando meu mestre mandar.

- Fico feliz que seu mestre tenha dois soldados tão competentes.

Tila sussurra e completa com gestos a pergunta

- Dois? Izaque?

Confirmo com o dedo indicador. Sim! Em breve será apenas um.

Após as saudações habituais eles vão embora. Não podem ficar muito ou os irmãos mais novos perdem a consciência. A tríplice demoníaca tem tanto poder sobrenatural que o ar fica denso quando estão reunidos. Os corpos espirituais sentem a pressão. Hora de voltar a minha dimensão e ser humano de novo. Tenho que falar com Tila antes de apagar.

- Tila o que faço?

- Meu pequeno K. Queria poder sair e visita-la, mas estou proibida de ajudar você. Tenta retirar ela do corpo e dar consciência a ela com seus olhos. Aí vocês conversam. Tem que ser logo, antes que...

- Já chega Tila! O pequeno K. Tem muita coisa pra fazer. Não é filho?

Odeio quando ele me chama de filho. Mas temo pela segurança de Tila.

- Adeus Tila!

- Adeus mestre!

kronos
Enviado por kronos em 17/02/2017
Reeditado em 05/01/2018
Código do texto: T5915949
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