Pelo Ralo

          A água do chuveiro empurrava para o ralo todo o cansaço de mais um dia de trabalho. Mesmo depois que a luz apagou, permaneci ali, acariciando a vida que morava na grande barriga ensaboada. Quando aquelas mãos prenderam meu corpo, embrulhando-o na cortina do box, nem sei se vomitei o grito. A sensação que guardei foi a do líquido quente e grosso escorrendo por entre minhas pernas.
Rosane Coelho
Enviado por Rosane Coelho em 15/10/2005
Reeditado em 30/03/2006
Código do texto: T59842