OS PARDAIS

OS PARDAIS

Mário Osny Rosa

Esses pardais atrevidos resolveram invadir a horta devoravam as sementes semeadas e nada mais nascia depois começaram a comer as alfaces os almeirões, aquela matrona queria colocar veneno para matar os pardais. Estudei algumas maneiras para assustar os ditos pardais, mas tudo se tornava inútil diante da persistência dos mesmos.

Cheguei a fazer uma rede de fios com fitinha vermelhas, nos primeiros dias surtia efeito, mas logo que eles descobriam que dava de passear e comer sem perigo, os artifícios se tornavam nulos. Já tinham me ameaçado de me mandar embora se não resolvesse o problema, no amanhecer do dia era uma sinfonia de pardais alegres contentes desfilando pelos canteiros ciscando a procura das sementes uma comidinha caseira e aquelas folhinhas verdes de alface era mesmo uma delícia. Enfim resolvi procurar uma loja de pecuária e pedir uma solução para os vendedores, foi lá que me indicaram uma tela preta como uma solução para afastar os pardais da hora da minha casa e que minha esposa me dessa uma trégua com relação aquela bando de pardais que assolavam a sua horta diariamente.

Comprei seis metros e lá fui para casa instalar a tal tela e dar uma solução e que minha esposa logo pudesse colher suas verduras, e preparar suas saladas prediletas, já que uma descendente de italianos não fica sem comer alface cenoura almeirão chicória e outras verduras mais. Depois de tudo preparado com as estaca colocadas os preginhos no topo de cada estaca estendi a dita rede de plástico preto formando uma barreira para afugentar o bando de pardais.

No dia seguinte de manhã os pardais apareceram e ficavam em cima do muro e do telhado de uma edícula chilrando como se entre eles numa conversa observando aquela tela preta sem mesmo se arriscarem pousar na horta para uma verificação mais detalhada do que estava acontecendo com aquela nova barreira imposta em seu dia-a-dia. Desde aquela manhã a sinfonia de pardais deixou de ser realizada. O que estaria pensando os ditos pardais diante daquele fato novo, quando nos seu piado entre eles trocavam informações, entre si, a falarem mal daquela matrona que sempre estava ali a enxotar os pardais, ou ela não quer que nós possamos viver comer e ter nossos filhinhos, será que só ela pode comer sua verdurinha e lá estavam eles confabulando, de como atacar aqueles canteiros com aquelas verdurinhas frescas.

Essas cenas se repetem diariamente observado pela dona daquela horta, que agora fica tranqüila sem tumultuar a vida de seu esposo, por causa dos pardais.

São José/SC, 8 de agosto de 2.007.

morja@intergate.com.br

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Asor
Enviado por Asor em 08/08/2007
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