PORTEIRA VELHA.

Vento frio soprava a areia branca daquela estrada bem no cume da montanha.

Varria a areia fina do chão nos dois trilhos batidos do caminho em meio um cordão de capim barba de bode todo entrelaçado devido ao vento.

As raízes de guatambu expostas devido à escavação do vento faziam ressaltos na estrada.

Os capins e moitas à beira do caminho inclinavam-se até ao chão com o sopro da ventania.

Uma porteira com seu batente arrastando no chão, fazendo um degrau mais fundo na terra dura do trilho.

O mourão da porteira já desgastado pelo tempo, bastante torto de tanto levar pancadas.

Por aquela porteira já passaram gente a pé, a cavalo, de charrete, de bagageira e carro de boi.

As tábuas esbranquiçadas de tanto tomar sol, chuva e vento, mais pareciam um pedaço de pedra cortada instalada entre dois mourões.

Porteira velha, se você falasse, com certeza tinha muitas histórias para contar.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 11/07/2017
Reeditado em 12/07/2017
Código do texto: T6051686
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