O nome dela era Liberdade

O nome dela era liberdade. Não precisa compreender muito, ela gosta de experimentar. A poesia vivi nela, e o ar que respira é aventura.

Um dia, a cavalgar pela cidade, encontra o rapaz e naqueles olhos descobre o desejo. Não ousa nem duvidar, não há razões para resistir.

O cavaleiro olha, convida, e nele há algum encanto. Os cavalos estão perdidos a caminhar, a garota e o rapaz acabam de realizar o encontro dos lábios. A brisa leve balança os cabelos, ela abraça o rapaz que a acaricia levemente.

A garota dialoga com seu próprio coração:

_ Não me deixes desistir dos desejos, eu amo poder viver o encanto das descobertas. Felicidade é o que sinto, ao poder experimentar as sensações inesperadas.

O dia recomeça e com ele a oportunidade de sorrisos, abraços, momentos que a vida permite e que a garota não se esquiva de viver.

_ Se um dia me prendi, foi buscando liberdade.

No palco, a garota sorri, brinca, dança, dar gargalhadas até cair no chão. No mesmo palco, ela aperta o blackout e beija o amante com uma intensidade que não entende de onde provem.

A liberdade e alegria, por vezes são assaltadas por uma pequena onda de tristeza que causa a cegueira momentânea. Por alguns instantes experimenta a sensação de estar presa a uma melancolia, mas que só existe para mostrar o quão bom é a livre felicidade. Como saber o que é bom, se não conhecer o ruim?

Nesses momentos, o coração da garota emite gritinhos que a faz acordar:

_ És feita para ser feliz. Sua alma livre e alegre exala felicidade para quem tem o prazer de estar próximo a ti. Como podes transmitir tanta alegria sem senti-la dentro de si? A alegria mora em você . Talvez esteja com dificuldade de encontrar o endereço. Pegue um ponto de referência e siga. Encontrará.

Nesse momento, a garota tem a certeza:

_ Meu coração é a minha bússola!

Desde muito cedo que tentam enquadrá-la em uma moldura. Papai e mamãe puxam de um lado, puxam do outro, ajeitam aqui e ali. Mas a garota não se rende a frieza da moldura, ao contrário, se desencaixa, pula para cá e para lá. Como um personagem dançando no seu cenário.

O momento exige seriedade garota! Como foto de documento, não são permitidas estripulias.

A garota faz caras e bocas, sorri e realiza expressões que são só suas. A foto não tão objetiva. A moldura desmoldada e transformada em uma parábola infinita. Infinita como as inúmeras aventuras que pretende viver.

Um dia a garota irá perceber que não precisa mudar. Perceberá que a liberdade pode estar em alguém, quem sabe em um pássaro. Continuará com os risos espontâneos, fazendo caretinhas e acariciando seus filhos, brincando de viver.

Contará as histórias, lembrará com carinho e satisfação daquilo que não pode ser contado. Perceberá que o amor, quando bem praticado, preza pela liberdade.

O verbo " seu nome era liberdade" apenas caracteriza a lembrança, mas seu nome continua sendo liberdade. A liberdade agora experimentada é a livre vontade de amar.

Jaqueline Costa
Enviado por Jaqueline Costa em 20/07/2017
Reeditado em 20/07/2017
Código do texto: T6060233
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