Um que são todos e todos que são um

A principio, principalmente, o principio; estou aqui, eu, novamente eu. Um eu que sempre aparece, não sei de que forma, mas aparece. Sinto muito de estar entre linhas, porque não há muito valor em quem não aparece. Papéis, linhas, contextos e universos. Imagine quantos eus perdidos estão por aí. Eus, personagens que atravessam diversos mundos.

Dentro desse mundo de nadas, posso eu me locomover livremente entre verdades e mentiras. Ser observado, observando o observador. Paredes cinza que se perde a essência de meu espírito, dentro de labirintos; vago; sem saber para onde ir, mas, mais consciente que a própria consciência que tenho. Eu que vai, eu que venho; ser que está, ser que tenho. Medo? Só um pedaço de mim mesmo.

Papel que se dobra, eu que se desdobra. Você que está atrás da grade da realidade, perde-se na ilusão; na verdade nem sabe que sou eu e não sabe quem é. Sou um que sou todos e você é todos que é um. O que somos nós? Seres humanos racionais ou marmotas? Mas o que importa? Isso não tem importância nenhuma.

Eu descobri que eu não sou eu, que eu são muitos, no espelho que mostram a infância, infância de criança que estão presas a cubos. Que na verdade nada disso importa, por que o assunto aqui tratado é o eu em suas dimensões.

Dionísio
Enviado por Dionísio em 16/08/2007
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