Coração de ouro

Aquele petiz, de sorriso largo, um doce de juventude, genuíno de se ver, ele ultrapassava as dificuldades com a sua florida esperança.

Desde muito pequeno, sua família passou por inúmeras necessidades, mas mesmo assim, isso não fora motivo para desanimar. A pobreza nunca refletiu em sua criação.

Pelos extensos empecilhos da vida, ele sempre contornava, seja lá o tamanho do problema, o rapazinho era forte e não dava vez para se derribar em negatividade. Enquanto alguns se matavam se lamuriando, o moiçolo estava sorrindo e dando valor ao que tinha, seja lá o pouco que fosse.

Em todos os seus aniversários, seus pais nunca puderam fazer uma festa, contudo, isso não era motivo para tristeza, pois esse menino era de ouro e mesmo diante da necessidade, ele reluzia uma simplória e inestimável esperança, sem dúvidas estava para nascer alguém carregado de tanta fé. Essas atitudes eram nada mais, nada menos, do que a linda educação doada pelos seus pais, eles eram simples, embora, nunca fizeram disso razão para se verem inferiores ou menos importantes que as pessoas em sua volta, acredite, mesmo com tão pouco, eles ajudavam muita gente.

Uma certa vez, uma senhorinha, moradora de rua, bateu em sua humilde casa, a pobre velhinha estava pedindo o que comer, e o pai, de coração tão grande, estendeu as mãos a dona e convidou-a para jantar naquele dia, sendo que já não tinham muito, e mesmo assim todos dividiram com ela.

Uma coisa era certa, bons exemplos não lhe faltaram, com suavidade seus nobres pais explicavam o quanto eles gostariam de fazer mais, e sempre com um sorriso tenro no rosto o menino abraçava-os e respondia que já tinha tudo.

Na escola houve um fato que fez muitos colegas e inclusive a professora chorarem.

A professora no fim da aula de português, pediu para os alunos elaborarem uma redação contando como era sua família.

Na aula seguinte, um a um foi lendo sua redação. Quando chegou a sua vez, todos ficaram vidrados com cada palavra dita, muitos amigos do garoto se emocionaram e a professora coçava as vistas tentando disfarçar tamanha a emoção. Para finalizar o jovem escreveu em seu texto.

"Meus pais são bem simples, como disse anteriormente, mas eles nunca me deixaram faltar nada, não no sentido material, e sim em amor, carinho, respeito. Eu tenho imenso orgulho de meu pai, eu sei que ele não é nenhum médico, engenheiro ou coisa do tipo, e pra falar a verdade eu não sei a profissão dele, entretanto, meu pai é tipo um super herói, aquele que dá comida aos pobres, que ajuda mesmo precisando muito, meu pai é forte, nunca demonstrou fraqueza nem pra mim e nem pra minha mãe, a única vez que eu vi ele chorar foi quando eu pedi ele para ler minha redação.

Bom, minha família não tem muitos bens materiais e nem são estudados, porém eles têm o que esse mundo tanto precisa: corações valiosos e lindos".

Uns com muito e de corações vazios.

Outros com pouco e de corações cheios.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 22/01/2018
Reeditado em 22/01/2018
Código do texto: T6233287
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