A cor do Amor

As estrelas estão no céu e acredito que elas brilham.

Elas não deixaram de brilhar, mas meus olhos que se afastaram desta ilusão, de observa-las e voltar ao tempo.

Um tempo que transformou muitas vidas pela própria ignorância e prepotência humana, e deixaram marcas para os dias de hoje.

As marcas desabrocharam este medo de olhar no espelho e me transportar como numa tela em que o filme é real, mas o amor é fictício, e tento hoje compreender o que a pele tem haver com o sentimento, o nosso amor.

Mas quando volto para meu quarto, fecho meus olhos para as minhas rugas. Não é difícil viver no passado, mas a juventude que se perdeu na incoerência deste mundo que liberta vidas para as prisões dos seus preconceitos.

Perco-me no tempo como herança dos dias que seriam felizes para todo o sempre. Neste amor que carrego comigo por muitas luas, estações que congelam meu coração a um inverno que não muda nunca, só volta ser verão quando os tempos retornam a você.

Agora sinto o sabor dos seus lábios, a suavidade de suas mãos e seu sorriso, as lágrimas recolhidas saem sem meu consentimento.

Porque o amor era julgado pela cor da pele...?

Porque não nasci na cor do amor?...

Os porquês não respondem a dor imensa que há no meu coração.

A resposta é esta culpa que carrego comigo, pelo simples desejo apossando-se em nossos olhos e transformarem nossas vidas.

Queria não ter vivido este nosso amor e ter nascido livre.

Hoje estou preso no amor que me consome e me aperta o coração como correntes no meu pulso. Desejaria mil chicotadas ao sentir saudades de você. Mas quando me lembro de suas mãos macias em meu rosto e seus olhos consentindo que nossos sentimentos ultrapassassem todos os tempos e épocas.

Ainda me lembro de nossos passeios de mãos dadas até ao lago e no caminho você contava-me as aventuras dos seus heróis, as histórias dos livros, suas viagens, e sua sabedoria me fascinava.

Enquanto a água corria pela calha do moinho, você fazia-me sonhar.

E nas risadas, nos pega-pegas, brincadeiras de infância a muito esquecido pelo tempo, parecia que as rodas do tempo paravam.

Hoje o moinho é meu coração,

As águas são as minhas lágrimas,

A sabedoria é minha lembrança,

E o mundo sou...

Aqui parado.

As lembranças estão em mim...

As tristezas em minha pele...

A minha pele queima como as lembranças de você...

E esta saudade nunca acaba.

O que importa estar livre das leis dos homens,

Se não tenho a liberdade de ama-la.

O que importa as feridas de uma escravidão ser curadas,

Se a ferida que há em meu coração não cicatriza

Estou na espera dos meus dias...

Estes dias cansativos...

Em que a vida livre...

É estar preso em mim...

Preso neste nosso amor.

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 08/02/2018
Código do texto: T6248367
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