Pesadelo de um Zumbi Bêbado.

Às vezes sou surpreso por pensamentos esparsos, coisas estranhas e fora da realidade. Ontem, quando ia para a casa da minha querida tomar umas geladas, reparei em uma casa simples, com as portas e janelas abertas, de onde pude notar alguns adolescentes ouvindo música no quarto da frente. Isso me fez voltar a um tempo esquecido no passado, quando morei em república, pensão, kitinete, apartamento e outros lugares os quais não convém mencionar. A recordação da infância me absorveu. Fiquei numa espécie de transe, uma volta ao passado, nas boas recordações que estavam arquivadas em algum recanto de meu cérebro.

Compramos quatro litrões de cerveja Antarctica, fizemos uma couve e uma porção de coxão mole e ficamos lá a papear ao som de Raça Negra.

O tempo voou como sempre em bons momentos. Fui pegar a última no congelador e, ao abri-la, notei que não havia gás e um cheiro forte de líquido podre tomou conta do ambiente. A cerveja estava podre. A última, aquela a qual degustaríamos com mais vagar.

Indignado com aquilo, com aquela coisa fétida, decidimos buscar mais uma no posto de conveniência que dista aproximadamente 2 quilômetros de onde estávamos. Tudo bem, estava à pé e mesmo assim decidi ir. Era noite, região de risco, pichadores, delinquentes, bêbados, putas e drogados transitando debilmente para todos os lados, frio, lobos, cães, ratazanas, morcegos e baratas dágua tentando uma mordiscada em meu couro velho.

Fui. Ao me aproximar do posto notei algo estranho. Tudo vazio. Silêncio. Apenas uma mesa de plástico da Kaiser, quatro cadeiras, uma garrafa de cerveja vazia e copos pela metade. Ninguém. E para meu azar o local estava desativado devido a um inesperado ataque de zumbis sempre famintos por cérebros. Zarpei!

Ao me virar bruscamente notei que estava cercado por todos os lados... Um cão ladrava e no exato momento me veio à mente a recordação de minha última trepada.