Semanas
Domingo: minhas aparições
são apenas o momento
e o momento, meu espaço. Deve ser a depressão do domingo.
Segunda-feira: A cidade lhe ofereceu um pouco de álcool. Mesmo as propagandas da TV por assinatura, lindas como essa semana, não o persuadiram de que estamos , às vezes, psicologicamente alcoolizados.
Terça-feira: hoje perdi o horário do trabalho. Que coisa momentânea! Que situação atroz!? É nesta situação que percebo minha escravidão do tempo.
Tempo, senhor dos relógios,
Um tic-tac analógico.
Sabemos que o senhor apenas brinca com
Nossos
Compromissos. Tempo, velho conhecido e eterno chato.
Quarta-feira: R. Lamartine. Sou algum profissional das cidades rurais. Não sou um ente coletivo, minha individualidade supera meu eu. Quando era criança comecei a ler incessantemente. Por isso me tornei escritor. Neste momento iniciarei minhas crônicas e espero um pouco de fama. Mas tenho a impressão de estar sendo filmado. Um registro das minhas ações.
Quinta-feira: R. chegou do trabalho, foi à academia:
- Você gosta de alguma série, Suzana? Podemos assistir lá em casa, no conforto da boa companhia, da boa conversa...
- Estou cansada - Suzana olhava para o lado, aquela velha atitude de deboche chique. - Talvez noutro dia ou noutra era uma série da internet, algo pirata, seria uma fonte de lazer, digamos ... um reflexo seu, R.
Sexta-feira: FDS. Estou preparado para mais uma noite de gala: sofá, TV e gorduras... Solidão, linda e maravilhosa, por que você me acompanhas?
Sábado: a vida é cheia de projetos. R. não imagina o quanto de tédio faz parte dos projetos dele. R. é apenas uma supernova mental.
Domingo : Olá, projetos de vida. Se estou falando contigo, minha mente divaga nas solitárias ilusões. Iniciamos mais uma semana . Emoji de coração.