INDIFERENTE AO PASSADO

Andava pela rua do seu bairro, passara em um dos supermercados perto de sua casa, estava quase que de bobeira. Aproveitou e fora comprar alguns alimentos e outras utilidades de casa. O tempo estava nublado, era época de outono, caindo para inferno.

Distraidamente,distraidamente olhava a qualidade das frutas expostas no balcão , de repente uma voz lhe chama atenção, uma voz que há muito não ouvira,já não lembrava mais, mas a voz insistente fez voltar ao passado e associar aquele tom audível há décadas que de vez em quando surgia em sua mente.

Era a década de 80, em plena juventude, aproveitava a vida acadêmica , era ele um grupo de jovens que não perdia as festinhas de aniversário, os encontros na ilha, as serenatas revesadas em uma das casas do grupo.

A voz fez lembrar imediatamente aos velhos tempos, tempos que se pudesse não deixaria passar.

Ele olhou aquele homem envelhecido, gasto pelo tempo, o tempo não teve compaixão daquele corpo, principalmente do rosto todo enrugado.Mas a voz não mudara nada.

O desconhecido falou:

- Estou lhe conhecendo,mas não de onde.

A principio ele ficou sem ação, sabia que o desconhecido tinha convicção de tal afirmação, no entanto, a memória dele se esbarrava no tempo, não tinha também reminiscência saudável. Só ficava dizendo que o conhecia.

Ele constrangido, pois pelo seu entender o estranho lembrou dele por não mudar tanto assim, o tempo não fora tão severo, então sua fisionomia não desfigurara tanto assim como aquele que diz o reconhecer.

E ele imediatamente falou, Dário. Dario falou algumas coisas que não não existia no seu processo de conhecimento, ele então desfez alguns equívocos e a conversa seguiu sem mais atropelos.

Ele deu seu telefone que era também whtsapp, no entanto, Dario não gostava dessa tecnologia, ficou apenas como número de telefone.

Passado vinte quatro horas após o encontro fortuito, ele pensara que aquele reencontro não fizera bem, pois ele percebera que nada significou,não sentira nenhuma emoção,preferia não ter revisto um dos amigos do passado, companheiros de festa, embora tenha sido mais companheiro dos momentos alegres quando estavam enturmados.

No fundo torcia que o número que dera ficasse em algum lugar esquecido do bolso de Dario, e que nenhuma peça do passado fosse movida , mas que tão somente permanecesse onde estava.

inclemente
Enviado por inclemente em 07/06/2018
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