Para sempre adeus

Ele era uma criança tímida e indiferente . Não gostava muito de falar; só falava o necessário e o que achava essencial. Aparentemente era um garoto normal. Ninguém nunca imagira o que passava em seu interior. Sempre que alguém tentava tocá-lo, quase sempre era um susto e muitos levavam isso na esportiva, não davam atenção para aquele fato, ou melhor, mal davam--lhe atenção.

Em sua casa era só ele, sua mãe e um irmão mais velho. Sua mãe trabalhava fora e às vezes seu irmão "cuidava " dele. Quase nunca ele via sua mãe sair para o trabalho, pois estava sempre dormindo ... Já que só conseguia dormir depois das 3 horas da manhã.

Era um garotinho magro, não gostava muito de comidas, na verdade, era difícil de saber do que ele gostava. Pouco se via um sorriso em seu rosto. Tinha poucos amigos e mal saia de casa.

Quando à tarde se deitava e tentava tirar um cochilo, seu irmão mais velho aparecia na porta. O menino arregalava os olhos, paralisava e ficava sem nenhuma reação, pois sabia que

era a hora do martírio. Não se sabe quando começou, bastava estar a sós que as carícias começavam. Como alguém iria imaginar que o seu irmão mais velho, o responsável da casa, iria molestá-lo?

Ninguém nunca soube. Só um dia em que toda a vizinhança se horrorizava de aquela criança, com apenas 12 anos de idade, ter sido encontrada com os pulsos cortados no banheiro de sua casa.

Berlandia Paiva
Enviado por Berlandia Paiva em 04/07/2018
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