O gato.

O gato.

Guardei o animalzinho como se fosse meu. Afinal de contas uma bela mulher de nome Cristina havia confiado a mim a guarda daquele gato. O problema é que não gosto de gatos, mas como tinha interesse em Cris, como a chamo, tratei o animal com todo o cuidado.

A vida é assim mesmo, nem sempre a gente faz as coisas que gosta, e às vezes faz coisas que não gosta para agradar a quem a gente gosta. Este é o caso. A mulher iria viajar para Itajaí visitar sua prima. Disse que fazia tempo que não a via e estava com muitas saudades. Acrescentou que iria ficar alguns dias e então perguntou: “Mor, você cuida do Faísca para mim?”. Vendo aquela boca carnuda e tentadora perguntando-me, cheia de dengo e manha, não tive como negar. Fiquei com o bendito do gato e acredito que o cuidei a contento.

A empreita não foi fácil. Parece que o gato percebeu que não aprecio felinos e dificultava a minha tarefa. Coloquei ração em um recipiente e água em outro para o bichano satisfazer-se. Coloquei areia em uma caixa de papel para ele fazer suas necessidades. E não é que o bicho ignorou a caixa de areia e fez o que não devia atrás da porta da sala. Fiquei irritado e pensei em lhe dar umas cintadas, mas pensei na Cris e desisti. Vai que o animal ficasse marcado e ela percebesse na volta, certamente iria dar-me uma bronca e brigaríamos. Não tive opção a não ser limpar a caca que o gato fez e ficar atento ao menor sinal de vontade do gato de fazer suas necessidades.

No dia seguinte, ao sair para o trabalho tratei de colocar o bichano para fora de casa. Pensei que o gato deveria fazer suas necessidades durante o dia e então estaria tudo bem. Ledo engano. Ao chegar olhei ao redor da calçada e da grama e não vi nada. Entrei na casa e o bichano começou a miar querendo entrar em casa. Não dei bola aos reclames do gato. Tirei o terno. Tomei um banho e resolvi navegar na internet e não é que esqueci que o bicho estava do lado de fora da casa. Começou a chover intensamente. O som da chuva me aprazia e parece que dava ritmo ao texto que estava escrevendo para postar em um portal da internet. Finalizado o texto, peguei uma xícara com café e acendi um cigarro. Estava contente com a qualidade do texto que havia produzido. Fumando tranquilamente, pensei o que será que Cristina estará fazendo agora, e neste momento lembrei que havia deixado Faísca do lado de fora. Rapidamente abri a porta e não vi o bichano, mas vi um monte de caca próximo do pneu esquerdo dianteiro do carro e embaixo do carro o gato se escondendo da chuva. Chamei-o para entrar, mas o manhoso não quis. Tive que pegar o gato no colo. Confesso que não foi das melhores coisas que fiz. Dentro de casa, larguei o gato no chão e o mesmo dirigiu-se à almofada, deitou e logo dormiu.

No terceiro dia deixei novamente Faísca do lado de fora da casa. Mas desta vez quando retornei do trabalho vi as necessidades do felino no mesmo local do dia anterior. Pensei: “Ah gato safado! Aprendeu a lição.” O bichano pareceu entender o meu pensamento e veio roçar seu corpo em minha perna. A princípio fiquei resistente, mas resolvi fazer um carinho no gato. Ele gostou. Ficamos amigos. Recolhi o gato para dentro da casa e dei-lhe ração e água. Após tomar meu banho e fazer uma rápida refeição fui ao computador e o gato veio deitar aos meus pés. Não repeli o bichano, ao contrário, deixei que ficasse em meu pé. Quando percebi que o bichano estava dormindo, peguei-o com cuidado para que não acordasse e o levei para dormir em sua almofada. No outro dia quando abri a porta o gato saiu. Fiquei contente e fui trabalhar tranquilo. Na volta do trabalho o mesmo ritual do dia anterior, ou seja, o gato esperava-me e veio roçar em minha perna. Ganhou um carinho como prêmio.

Entramos em casa e troquei a ração e água do gato. Não digo que tenha me afeiçoado ao gato, mas estávamos nos entendendo bem. Enquanto o bichano comia e bebia fui tomar o meu banho. Como estava quente tomei um banho demorado para refrescar. Ao sair do banho testemunhei uma bela surpresa. Cris estava abaixada e fazendo carinho no gato. Quando me viu disse: “Mor, quanta saudade”. Mal acabou de pronunciar aquelas palavras, colou seu corpo ao meu e beijou-me com sofreguidão. Respondi a ela: “Vou dar um jeito de acabar com sua saudade”. Peguei-a no colo e a levei até o quarto. Tirei a sua roupa, deixei cair no chão a toalha que me cobria da cintura para baixo e... O que aconteceu deixo ao encargo da imaginação do leitor.

paulo de jesus
Enviado por paulo de jesus em 04/09/2018
Código do texto: T6439008
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