O SOL

Estava estrelado o teto do mundo e a mãe das estrelas, tinha uma roupa rendada e macia .

Saí sem tomar café mas, a garrafinha verde , arrolhada com palha de milho, estava presa na cabeça do arreio. E junto, os biscoitos que Tina fizera na noite de ontem. Meu cavalinho marchava gostoso, dando rítmo no chão de terra , parecendo o catira que a gente dançava nas folias de Reis e do Divino.

Logo o chefe de tudo, deu sinal de que estava chegando. Foi incendiando o alto da serrinha com um um brilho colorido que mudava de cor a todo instante. Até que apareceu com sua luz total, mostrando-me o mundo todo que meus olhos podiam enxergar e meu corpo sentir. Meus olhos brilhando dizia : Obrigado, meu Criador, pelas belas cores que tenho e vejo .

Via que ali estava derramando até o que não sabia que sabia. Vinha do fundo da alma, da imagem e semelhança, esparramando no amanhecer da vida.

E eu também cheguei!

Era tempo de colheita, aquela que o Sol fizera crescer e dar frutos. E agora, minhas mãos de calos, apanhava os cachos maduros , pois muitos em meus caminhos, aguardavam-me, sendo também outros semelhantes que estendiam-me suas mãos.

Obrigado Sol de Akhenaton, símbolo do Criador de bondade máxima, que ilumina meus amanheceres.