O Amaurício.
Conheci e me tornei amigo deConheci e me tornei muito amigo de um sujeito em que só nos encontrávamos na fila do banheiro do mesmo boteco. Nossa amizade perdurou anos e nossos encontros se limitavam àqueles oito ou dez minutos em que ficávamos na fila do banheiro trocando ideias sobre a vida e o mundo, até chegar nossa vez.
Num domingo do outono de 1983 não o encontrei lá. Perguntei ao Amaurício (O dono do bar), e ele me disse que Mustafá (o amigo de fila), na verdade nunca existira.
O Amaurício, um grandessíssimo sacana tirador de ondas, durante anos me via falando sozinho na fila do banheiro com um sujeito imaginário chamado Mustafá e nunca me disse nada porque, segundo ele, se deve respeitar a embriaguez dos clientes.
Na verdade se divertia.