Amor e caramelo unidos em um mesmo laço

Aqueles olhos cheiravam caramelo fresco. Acabados de sair da panela. Aroma inebriante, cor de canela. Me lembrava pipoca depois da missa de domingo e aquele bolo gostoso que eu comi numa confeitaria lá no centro da cidade.

Talvez não só caramelo. Olhos enlameados. Depois da chuva, resolveram sujar os sapatos dos outros. Acho que faz parte da natureza daqueles olhos essa comédia sádica. Tuas incoerências clássicas. Teu disse que não me disse. Ainda que, para mim, fosse apenas o caramelo.

Você sempre me lembra o doce mais doce de todos porque você tocou meu coração antes de todos os outros, como fez o açúcar assim que conheceu o mundo. Entupiu minhas veias de energia. Me deu diabetes. Também por isso, largar de você é tão difícil quanto escalar o Everest e parar de comer chocolate.

Caramelo ainda me cheira seus olhos que me faziam vagar dentro deles. Tão cruéis e vis e doces quanto o açúcar que escapava dos seus lábios. É, amor. Acho que ainda estou viciada em você.