GABRIELA, telenovela: inspiração em JORGE AMADO...

1 -- CORONÉIS X BACHARÉIS

Oposições sempre se parecem, teórica e idealisticamente. Seguramente, na ILHÉUS da década de 20 a refrega verdadeira foi muito mais intensa que na novela, inclusive pessoas não eram tão bonitas-charmosas-simpáticas-cheirosas. "Gabriela" foi mais alegoria, predomínio do visual; como pano de fundo, atos que nem os maravilhosos personagens de JORGE AMADO identificavam. Bom, pelo menos o começo da mudança de uma estrutura agrária, opressora e patriarcal - progresso chegando, industrialização e urbanização a partir da década de 30. Conflito entre 'coronéis' e 'bacharéis', na roda infinita do tempo... Os segundos não propunham substanciais mudanças, e sim mudanças de métodos no governo provincial, modernizações dentro da mesma estrutura, da qual aspiravam participar. (Tremenda ironia de "continuidade" - mulheres negras humildes, clássico traje típico branco, beijando a mão /ideia do ator debochadinho?/, na rua, do novo "governante"........) Na ILHÉUS de 1929, homens interessados no poder e no interesse locais; assim, o doutor Mundinho Falcão era apenas, tão somente, um coronel Ramiro Bastos mais moço e com ideias novas, assim como técnicas e ideais - como exportador, e não fazendeiro, já indicava mais avançada etapa de mercado. Nem terras nem propriedades a preservar, podia perfeitamente ir contra os donos de terras... pelo menos até antes de tê-las... Não era a figura ideal para a desgastada e imponente oposição local, composta por um liberal sempre bêbado e pela falta de higiene cultural da província, pelo dono da livraria, homem de cultura e ideias, mas sem o poder na maldade, pelo literato, tímido, hesitante, especialista em editoriais que lhe compensavam a falta de glória literária, e pelo "capitão", coletor federal, liberto das pressões municipais do "coronel" RAMIRO BASTOS. ----- O curioso da novela é que a situação na política ficou muito mais popular entre espectadores, talvez pela atuação e maior movimentação dos atores, oriundos do 'velho' rádio, embora todos os seus personagens fossem truculentos e arbitrários.

2 -- TÓPICOS

As meninas do Bataclan buscam um amor - Três atrizes em lingerie, 2012. "O Bataclan era uma família com as garotas dividindo o sonho de encontrar um amor", disse Emanuelle Araújo. / "Gabriela", primeira versão - sensualidade + discussão sobre questões políticas e sociais. Lúcia, mãe de Glauber Rocha, ajudou no sotaque baiano de Elizabeth Savala para interpretar MALVINA. JORGE AMADO gostou da primeira versão na telinha, 1975, mas no último capítulo quase virou um 'western spaghetti' (estilo italiano), gemeu alto e com bom humor: "Caramba, estão matando minha novela a tiros." / José Wilker, MUNDINHO FALCÃO da primeira versão, lembra que o diretor Walter Avancini deu um tiro para o alto, dentro do estúdio, para provocar uma emoção no clima tenso do velório de RAMIRO BASTOS - os atores saíram correndo, com exceção de Paulo Gracindo que dormia dentro do caixão. Também difícil a cena do velório de dona SINHAZINHA, pois a atriz Maria Fernanda dormira no lugar quentinho e roncava... Intervalo para almoço e regravação. / No telhado com Gabriela, famosa cena - primeira versão, GABRIELA, atriz Sônia Braga, subiu para pegar uma pipa; piada no século XXI, segunda versão, atriz Juliana Paes estaria subindo para pegar o sinal do celular. / Segunda versão, primeiras cenas gravadas nas cidades de Sâo Raimundo Nonato e Caracol, no Piauí, depois em Canavieiras, na Bahia. / Em 1983, filme de Bruno Barreto, ator italiano Marcelo Mastroianni no papel de NACIB.

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LEIAM meus trabalhos "Duplamente Amado" e "Música: Quando vim para esse mundo (...) Hoje eu sou Gabriela........."

PESQUISEM "Arquivo de novelas" - Quem é quem: personagens (ações) e elenco (artistas) de "Gabriela", segunda versão, 2012.

FONTES:

O conflito entre 'coronéis' e os 'bacharéis', parte do artigo de Artur da Távola com interferências --- No apê de Jorge - Coluna Gente Boa, de Joaquim Ferreira dos Santos - Rio, jornal O GLOBO, 15/3/79 e 29/7/12.

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