ANNE FRANK - FINAL

1 - "O diário de Anne Frank" - Clássico, volta ao topo de lista dos mais vendidos e conquista nova geração de fãs. Entre títulos recentes de figuras midiáticas (padres cantores, monges executivos e ídolos juvenis), o relato pessoal /não-ficção/ de uma adolescente judia vítima do Holocausto, publicado pela primeira vez em 1947 - para explicar o fenômeno, o filme "A culpa é das estrelas", de John Green; tanto no livro de 2012 como no filme de 2014, o casal protagonista de adolescentes viaja para Amsterdã e visita a Casa de Anne Frank, sequência em que ficam sabendo da trágica história dos Frank, que fugiram dos nazistas e tiveram que viver reclusos entre 1942 e 1944. Desde o início, cerca de 35 milhões de livros vendidos no mundo todo. A visita à casa dos Frank é uma passagem marcante do livro de Gren, principalmente porque a protagonista hazel, como Anne, tem um futuro incerto, câncer da tireoide que se espalhou pelo corpo todo. --- O sucesso e a demanda por Anne Frank, garota que morreu aos 15 anos no campo de Bergen-Belsen, é perene.

2 - "Meu coração ferido - A vida e as cartas de Lilli Jahn" - Livro conta história da médica judia que morreu em Auschwitz depois de abandonada pelo marido. --- Berlim. "12/9/1943 - Eu fico feliz com todos os dias que passam. Mas contar os dias que faltam para reencontrar vocês, ainda não ouso." --- A frase foi escrita pela médica judia alemã LILLI JAHN no campo de trabalhos forçados de Breitenau, em carta endereçada aos cinco filhos, entre 16 e 2 anos de idade, que deixara sozinhos ao ser presa pela Gestapo, deportada após divórcio do marido protestante, o também médico Ernst Jahn ´transferida no ano seguinte para Auschwitz, na Polônia, onde morreria logo em seguida. --- Sessenta anos depois de sua morte, a história é considerada pelos críticos mais um documento sobre o Holocausto, a par com o diário de ANNE FRANK - o livro de Lilli, já lançado em 18 países, tem comovido milhares de leitores, foi escrito por um dos netos, o jornalista Martin Goerry, vice-chefe de redação da revista "Der Spiegel", a partir das cartas da avó, que vivia feliz em Colônia até que os nazistas chegaram ao poder. O casal passou a ser alvo da perseguição e da pressão do novo regime - Ernst apaixonou-se por outra mulher e pediu o divórcio em 1942. O casamento com um ariano (ou árico, ideologia nazista) era sua única proteção e a separação deixou-a à mercê dos nazi - nessa época, quase todos os chamados "casamentos mistos" sucumbiram à pressão externa. Lilli e os filhos foram morar em Kassel, cidade próxima, vista pelos nazistas como um estorvo, a única judia ainda ali residente; logo enviada para Breitenau, filhos ficaram sozinhos, sob cuidado dos mais velhos, e escrevendo cartas para a mãe, história repassada aos descendentes cercada de mistério e dor. --- "Sempre ouvi de minha mãe (Ilse, nascida em 1929) que minha avó morrera em Auschwitz porque meu avô havia se divorciado dela. Depois, quando comecei a investigar, descobri que que as coisas não foram bem assim.........' - disse Goerry, de 49 anos. --- A parte mais importante dos documentos - 600 cartas e cartões postais trocados entre ela e o futuro marido (?) e depois entre ela e os filhos - foi descoberta em 1998, quando Gerhard Jahn, filho mais velho e Ministro da Justiça do governo de Willy Brandt nos anos 70, morreu - durante toda a vida guardara as cartas como um tesouro. A partir daí, Doerry começou a vasculhar os segredos relativos à avó. Descobriu que, apesar da tragédia, não foi o avô que intencionalmente mandou a ex-esposa para Auschwitz - ele apenas apaixonado por outra mulher e não sabia que Lilli morreria em consequência da separação, afirmou o jornalista que só vira o avô uma vez, aos cinco anos de idade. As cartas mostram o drama de uma mulher que lutava em condições desumanas para sobreviver, preocupada com os filhos pequenos, sem detalhes sobre o sofrimento, mas pedia que junto com as cartas mandassem um pacotinho com biscoitos. --- Pouco antes de ser transferida para Auschwitz escreveu aos filhos novamente preocupada com o que ouvira sobre o lugar, mas afirmando que lutaria para sobreviver. Na última carta, já sem forças, ditou a carta a outra prisioneira e assinou, dias depois os filhos foram viver na Inglaterra com a mãe de Lilli que fugira dos nazistas. Anos depois voltaram à Alemanha; tabu, a história de Lilli, ferida familiar profunda, imaginar que morreu de alguma doença, como realmente ocorreu com muitos em Auschwitz, ou em câmara de gás.

FONTES:

"Confissões de adolescente" - Rio, revista ELA, 15/5/16 // "O coração ferido de Lilli Jahn" - Rio, jornal O GLOBO, 4/7/04.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 21/04/2019
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