O Cabra da Peste.
O Cabra da Peste chegou suarento e com aquela cara de doido varrido ao boteco do Nego. Faltavam dezesseis minutos para as quatro da tarde de uma terça feira modorrenta. Estava mais fodido que cão de rua, se debruçou no balcão e pediu uma catuaba selvagem. Após engolir o primeiro copo e exigir o seguinte, foi logo desabafando:
"Acabei de comer a Cremilda!"
O Nego desacreditou e fez um gesto fúnebre. Empalideceu e foi logo tocando o Cabra da Peste e fechando as portas do estabelecimento.
Cremilda era viúva do finado Hermenegildo, que morrera há doze anos e desde então assombrava o vilarejo.
Depois disso nunca mais tiveram notícias do Cabra da Peste. Pobre animal