Ingênuo Amor

Nunca pensei que doeria tanto.

E foi com esse pensamento que Lucas adormeceu, olhos inchados de tanto chorar, cabeça latejando, mas não havia outra solução, e entre soluços o sono chegou.

Um breve cochilar, e ele já se via como criança, correndo atrás da pipa que caía na horizontal de um céu azul de um dia maravilhoso. Virava levemente a cabeça e via Marcos, seu amigo desde que mudará para aquela cidade perdida no meio do nada.

Marcos cabelos contra o vento, todo desalinhado apenas sorria e acenava para o amigo. Em segundos surgia Lucas com as bochechas vermelhas, enxugando algumas gotas de suor que cismavam em escorrer-lhe pelas têmporas, mostrava a pipa para Marcos e sorria feliz. “Os dias pareciam presentes divino vindo dos céus, e em terra a amizade entre os dois se solidificava”.

Lucas acorda com um sorriso triste e logo percebe que, sua dor é real, que tudo estava acabado que já não mais existia volta.

Anos de amizade e nem uma vez disse-lhe o quanto amava-o, o medo sórdido de como iria enfrentar a sociedade o fizera covarde.

E agora, agora já não adiantava mais, Marcos partira, para nunca mais voltar, e levara junto seu coração, um coração com um amor não compartilhado, um amor ingênuo e puro, um amor que durara uma vida, mas vivido no silêncio de um sorriso inocente.

alê quirino
Enviado por alê quirino em 26/09/2007
Reeditado em 26/09/2007
Código do texto: T669478