"GÊMEA" DEZ ANOS MAIS NOVA

Ressurreição... ou as pedras sempre se encontram? Ditado popular. Cruzamentos do destino.

ELA entrou para o magistério do Estado e foi encaminhada para levar a carteira de trabalho a determinada repartição federal: contagem de tempo de serviço em empregos anteriores para futuríssima aposentadoria. Fez xerox de todas as pagininhas do documento de capa azul. (Junho, época de muitos balões acesos... "E se houver um súbito incêndio?") Bairro perto de onde residia. Uma atendente, poucas pessoas a serem atendidas. Assinou a declaração de entrega /carteira ainda na bolsa/ e recebeu comprovante de recebimento. Ao lado, um rapaz com uma certidão de nascimento na mão - pedir salário-maternidade ou nome parecido. Nisto, apareceu um bêbado altamente mal cheiroso, todo "molhado" das pernas para baixo, ainda pingando... incomodativo, falando muito alto, sem perceber (cachaça não é água!). A funcionária fez sinal discreto que o atenderia com prioridade - atendimento demorado, comunicação difícil......... Para se distrair, ELA espiou a tal certidão e leu um sobrenome italiano, incomum. Continuou lendo. A criança era menina, possível filha do tal rapaz - confirmou: avós eram aparentados íntimos de velhas épocas... A mãe a acompanhara e estava sentada sozinha num banco. Pegou o rapaz pelo braço e o levou para (re-)apresentar, "apresentado" quando na maternidade - a senhora o olhou bem e comentou a muita semelhança com outro de um passado distante, como gêmeos ou rostos 'xerocados', sendo alourado e de olhos claros a nova versão, moreno, cabelos e olhos escuros, o antigo: RUBENS. "Meu avô! A senhora o conheceu onde?" Estória muito antiga, Rubens deixara a viúva, um filho pequeno e outra criança por nascer (saber com antecedência o sexo? - ultra só surgiu décadas depois), que viria no futuro a casar com filho de italiano e ser mãe desse rapaz. Rubens, bisavô da bebezinha. Troca-troca de notícias. Lancharam num comércio próximo e ELA perguntou sobre tia dele... "Está noiva agora. Trinta e cinco de idade (ora, nascidas com poucas horas de diferença, quase gêmeas, a vaidosa estava ainda dez anos longe da verdadeira idade?)... "Meu avô alemão ainda gosta de uma cervejinha........."

Melhor despedirem-se com o clássico "dê lembranças nossas".........

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LEIAM meus trabalhos "A sombra da nova Rebeca" e "Aula de português na madrugada".

NOTA DO AUTOR:

"Cachaça não é água" - compositores MIRABEAU e CARMEN COSTA - marchinha de carnaval da década de 50, sempre revivida nos festejos momescos ou em cinema/teatro.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 14/09/2019
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