Tatá na Jaguaribe 39
O cemitério fica em lugar privilegiado, na parte mais alta, onde via-se as montanhas enfileiradas ao redor da cidadela; era um dos lugares que as primas iam quando crianças com o avô e os parentes que moravam em outra cidade, na ocasião em que estes visitavam-os.
O vento corria solto, muitas árvores no local, a presença da natureza comungando com o oferecer de paz e consolo em momento de angústia para amigos e familiares no luto.
Quando foi aberto o caixão, assim que alocaram-no ao centro, espaço principal do velório, Tatá, que estava ao lado, aproximou até a urna para ver o avô. Que expressão! Não de sono, mas de sentinela; mesmo de olhos fechados, sem vida no corpo, a expressão que ficou na face daquele que foi Benito, era de alguém que cumpriu uma missão, e partiu.
O choro no momento não veio, Tatá ficou ao redor do caixão, velando o avô, recebendo as condolências dos amigos, conhecidos e parentes.
Muita gente: Idosos, meia idade, jovens, até crianças; chegavam para prestarem solidariedade no luto.
Amigos da fé a qual o avô seguia, e de outras religiões, comerciantes, políticos, empresários, anônimos. No enterro de Benito foi revelado quem ele foi, havia relacionado, com a sociedade muito bem representada. Foi figura notória que estava de partida.
À pedido da família, amigos compraram flores, além das que existiam, para ocuparem lugares em volta do caixão, o fluir e a ternura das cores e das essência delas no ambiente, vovô merecia tamanha cerimônia e honra. Quando chegaram, preencheram os espaço com cestas e buquês, demonstrando a amizade conquistada e nutrida de anos, além das coroas de flores recebidas em homenagem e reconhecimento de amizade com Benito. Isto jamais ficaria esquecido.
Ficou memorável a solidariedade na providência de cafés, lanches que amigos levaram para os presentes se alimentarem. Os que compareciam, muitos deles procuravam Tatá para chorar e lamentar a perda do avô, o quanto faria falta as palavras de fé, amor, compromisso espiritual que não alimentariam mais da boca dele nos púlpitos nos Templos.
Outros, noticiou a Tatá o quanto o avô falava da família nos testemunhos que dava no púlpito. Tatá via Deus nisto,amor, amor. Pelas obras do avô que ficaria na memória das pessoas.
Os pés muito inchados, e o corpo em exaustão, obrigou Tatá ir descansar, evitando o esgotamento de força, precisaria de muita no outro dia. A cerimônia Fúnebre, evento religioso de despedida, seria realizada na nona hora da manhã.