Tatá na Jaguaribe 41

A amiga antiga do senhor Benito, aquela que morava na cidade vizinha à dele, que havia feito a última refeição ao amigo do jeito que ele pediu, saiu do meio da multidão antes do funeral, aproximou de Tatá e falou: “Peça o hino que seu pai tanto pediu nestes últimos dia de internação”. Citando o número.

Sim!! Falou Tatá, foi este mesmo! Eu e minhas primas iríamos pedir para cantá-lo no Funeral! Agradeceu muito a amiga, abraçando-a em pranto.

Quando aquele que iria presidir o cerimonial de luto aproximou de Tatá antes do início da solenidade para cumprimentá-la, Tatá pediu a ele que fosse cantado o hino que o avô havia pedido para cantar no hospital nos últimos dias de vida.

E assim foi realizado, quando iniciou a cantiga, Tatá como que entrou em uma frequência supra psicológica afinada, numa sintonia nunca experimentada em emoção e regozijo, passou compreender o sentido oculto das palavras da melodia, a ser traduzido para seu intelecto como uma elaborar resumido dos objetivos alcançados pelo avô no propósito de ter tido vínculo de consanguinidade com Tatá.

Simmmm! O despertar da consciência crística, o hino dava recursos para interpretação única e exclusiva a Tatá de que ser neta de Benito permitiu-a iniciar na Senda, no caminho do discipulado, da possibilidade de ser gerada num novo ser, ter a chance de poder ser desperta na consciência cristica. De renascer de novo.

Tatá naqueles instantes, usando a melodia como a um holograma, modelo único passível de ser usado por qualquer alma, que o avô se sentiu antes de partir gerado de novo em Cristo. O resumo de sua vida.

Na medida que cantava o hino, seu choro foi dando combustível não para aprofundar mais na angústia do luto, nem julgar o grau de aprendizado do avô no caminho espiritual quando partiu, mas sim regava sua alma de consolo, gratidão ao avô por ter existido, feito parte de sua história num corpo humano, deixado marcas de determinação, e sobretudo indicado sempre que o olhar da neta deveria ser para a sobrevivência na terra, mas, sobretudo, dirigido compartilhadamente à meta principal , que é o Reino dos céus.

Que glorioso cantar, glorificava Tatá em seu pensar! inesquecível cantar!!! Gratidão vovôo!! Gratidão vovô!! Cumpriste da sua parte comigo a possibilidade da iniciação, o despertar da vontade para os mistérios!! Bendito seja ó Deus Vivente...que nos gerou de novo em Cristo...perece o homem como a erva, e sua glória aqui termina, mas Deus reserva aos seus fiéis, a glória que não findará!

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 07/10/2019
Código do texto: T6763482
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