Extrato Porreta

Não, não era nenhuma esquisitice, ele insistia, jurava que se tratava de uma preferência verdadeira. Mas os amigos não acreditavam, riam e tiravam seu couro. Iam além chamavam-no de mentiroso. E diziam isso na cara dele quando o assunto vinha à tona. Não conseguia convencê-los. Uma amiga chegoua afirmar: - É uma mentira deslavada e cabeluda. Ora, se você começa a espirra quando sente cheiro até de tinta, vai botando logo a mão no bolso e retirando a bombinha, como poderia apreciar e se deleitar com o extratinho que as matutinhas do sítio usavam? Como a porra dsse extrato não te causava alergia? O pior é qe naotinha como provar que não era mentira. E erauma verdade, gostava do perfume que as matutinhas do sítio usavam, adorava sentir aquele aroma nos forrós de latata, nem sequer espirrava e nem tinha asma. Detalhe: naquele tempo náo eitia nem a bombinha. Precisava provar que era verdade. E isso podia ser possível.

Ele tinha um amigo do sertão do Pajeú que o pai fora vendedor nas feiras do sertão de produtos diversos,inclusive o extrato usado pelas matutinhas. Opai desse amigo já falecera há bastante tempo, mas o filho morava num morro de Casa Amarela. Achou o npumero do telefone dele. Fez a consulta,se dentre os guardados do pai havia um vidrinho de extrato que ele vendia para as matutinhas do sítio. O amigo respondeu que não sabia, mas estava de viagem marcada para o sertão e iria procurar esse vidrinho de extrato. Esqueceu o assunto, ficava evitando falar nele com os amigos. Fugia até desse assunto, até que...

Até que certo dia, recebeu um telefonema do amigo Pajeú.Ocara tinha encontrado num saco um vidrinho do perfume, do extratinho. Mas tinha uma condição, só entregava a preciosidade, se ele lhe arumasse a foto antiga do Sport que tinha na linha de frente Traçaia, Naninho, Gringo,Soca e Géo. Nao teve dúvida, pegou o retrato mandou fazer uma cópia idêntica, mandou emoldurar e, imediatamente, pegou o uber efoi para o morro de Casa Amarela.Lá fzeram a troca, ainda tomaram mas lapadas de Pitu, e ele voltou com o vidrinho. Guardou bem guardado, mas fez um teste, colocou um pinguinho na mão aspirou e nao sentiu vontade de espirrar e nem sinal da asma. Sentiu sim o cheiro da saudade.

No sábado, com o vidrinho no bolso, foi se encontrar com os amigos no Mercado da Encruzilhada. Depois de conversarem algumas amenidades, ele olhou para a amiga e disse: - Você me chamou de mentiroso porque eu disse que adorava o extratinho que as matutinhas usavam, que preferia ele a perfume francês. Vou provar que é verdade, mas preciso de ajuda ajuda, você está disposta a ajudar? Ela riu e disse que sim. Ele tirou o vidrinho do bolso, foi até ela e derramou umas gotinhas no seu cangote, ela completamente epantada, e depois começoua cheirar o cangote dela. E disse: - Tá vendo, neguinha, nem espirrei e nem me deu asma. E deixei você cheirosa tal e qual as matutinhas nos forrós de latada. Se quiser usar operfume eu lhe dou o vidrinho. Todos riram, até a amiga. Daí em danteela dizia a ele que era bem capaz dele usar esse exrratinho como afrodisíaco, para economizar com a aquisição deViagra. Era sua maneira de se desculpar. Inté.