A fABULA DO LIVRE ARBITRIO

Havia aquela formiguinha obreira que trabalhava de Sol a Sol, no formigueiro por debaixo da terra.

Estava exausta, pois não havia conhecido outra vida, desde seu nascimento. Levava pedacinhos de comida para dentro, e voltava para pegar mais, num interminavel vai e vem.

Pensava consigo mesma : - Ah, como seria bom, se eu tivesse uma horinha para descansar... ( Sera que as outras formigas não pensam como eu )?

Armou-se de coragem e, um dia, numa caminhada, indagou a companheira ao lado :

- Você não gostaria de ter uma horinha de repouso ?

Qual não foi sua surpresa ao ouvir tal resposta:

- Claro que sim, todas nós adoraríamos !

Ela ficou boquiaberta. Tinha expressado em palavras o desejo conjunto de muitas.

- Mas, então, porque não tiramos nossa folguinha ?

- Porque fomos programadas para trabalhar full time job, ou voce não sabe disso ?

- Não tenho tanta certeza. Se assim fosse, não estaríamos aqui, discutindo sobre isso. E já que estamos falando sobre o assunto, qual é realmente o problema ? Se todas nós gostaríamos, entao que todas nos tiremos uma horinha de folga. Quem nos impedirá ?

- As formigas que ficam de guarda na porta do formigueiro, talvez ?

- Não, minha amiga. Elas estão lá para defender a todas nós. Somos uma sociedade de castas evoluida, a maior do planeta. Que agora acaba de dar mais uma prova. Paremos por uma hora, porque queremos e podemos.

E uma vez por semana lá estavam elas, de papo para o ar, fazendo nada, proseando.

A noticia se alastrou, rapidamente, e nossa formiguinha virou lenda política, alem mar.

E a natureza deu a entender que concederia ao homem uma grande dádiva, assim como o fêz com a formiga, dando-lhe o livre arbitrio.

Cada leitor que pense em algo elevado. Eu fico com a justiça.

Shila Kalmi
Enviado por Shila Kalmi em 20/10/2019
Reeditado em 02/03/2024
Código do texto: T6774332
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