LAPIS LAZULI /AMOR/ CIÚME / DÚVIDAS / A VIDA / O RELÓGIO./CURIOSIDADE DO &

Lia Lúcia de Sá Leitão 09/9/2007

Para Lápis-lazulli com carinho.

Na tua música está a minha letra

Em teu cantar

Estou toda ouvidos

Sinto a vibração da viola

Como a chuva que bate contra a janela

E escorre como a lágrima destinada a um amor sem domínios

Sem limites

Sem realidades

As minhas lágrimas soltam as amarras da mulher que sente o palpitar do poema

Vivencia o soluçar da emoção, e faz de seu próprio silêncio

O delírio da melodia e do ritmo

Da voz em delírio

Na mão que toca o instrumento

desejos de bis.

O sabor dos tempos comuns é mudar as poeiras da estante e seguir ao som

Vem e eu te espero!

É tarde!

A melodia dos desejos não aplaca o desejo da posse,

aflito o sono mente que dorme tranqüilo

e o fantasma que é só teu

atravessa de um lado a outro a parede do quarto, deita ao lado da cama

brinca com os cabelos loiros de quem sofre a falta de afago,

segredar ao vazio da alma a negação dos carinhos na penumbra do quarto que jamais será nosso

e quando a noite se vai os mais extravagantes desejos exalam seus cheiros

delírios tomam a carne

que pode acontecer

o toque proibido

a mão mais atrevida

uma lembrança atrevida do teu sorriso

tudo está guardado

na tua música.

Deixe que embebede dos beijos doces

E no mergulho ir ao âmago do sonho

Viver em teu universo

E deixar que meus olhos filmem os teus olhos molhados de luz

Deixe que mergulhe em teu corpo e sinta o sabor do néctar de tua felicidade

Conhecer teu toque firme em meu corpo elétrico

Na sintonia de viver os mais loucos encantos

Dessa doce sinfonia.

Deixe que enlace os teus braços em abraços firmes

Faz de mia viola que segue contigo pelos bares

Viola meus preconceitos ocidentais

Dedilha em mima canção que se faz de amor

Na calada da noite, no silêncio do mar

Faz desse instante

O poema eterno

Amor

A VIDA

Lia Lúcia de Sá Leitão - 05/09/2007 (Normanda)

A vida modifica e leva com ela o tempo de dor e sofrimento, a solidão silenciosa dos segredos das paixões.

Venham os príncipes dos reinos encantados, pulando muros, subindo montes, deslizando nas depressões da estrada.

Sublimem as alturas dos mosteiros e seguram-se às heras que encobrem as paredes.

Acenem os lenços brancos nas noites sem luas, chamem o nome da amada com gritos de felicidade, soltem fogos, estarei ali a espera com fogos, sorrisos, coração cheio de alegria e felicidade, a sua princesa pós moderna espreita a avenida, espera a ligação para a realização da promessa

de amor.

As feridas cicatrizaram e o temporal inquietante que abalou a noite longa passou.

O Sol b rilha sem nuvens , astro Rei repudia a dor.

Os náufragos da tormenta encontraram a Ilha

O coração da amada bate num ritmo de paz

Visionário da sorte, acendeu a Lua e fez a chuva molhar o chafariz

Os beduínos do mar, os corsários dos desertos da alma partiram todos ao mesmo tempo,

Perderam a existência de possuir o coração do herói , perderam a alegria de dominar a mão do escritor,

Perderam de cortar o elo

esguicho a seiva entre o homem e a mulher

Os cheiros da carne

Os delírios das mãos

e o encontro se faz entre almas

corpos nus

amor.

Ciúme. Lia de Sá Leitão – Normanda –01/09/2007

A imaginação rasga a alma invadida dos temores da noite

A solidão da Lua que navega sem nuvens o céu do litoral

Invadido de olhar

A pele suave da mulher desfruta a brisa que passa na mesma velocidade

Dos pensamentos vadios

Um mar sem sereias

Piratas sem tesouros

Companhias sem devaneios infinitos

Prazeres sem a parceria do ser que segura o corpo

Mãos que não deslizam pela geografia da mulher que sonha.

A espada cortante do ciúme atravessa o peito

E os questionamentos vagueiam na corrente sangüínea alimentando a adrenalina.

Os cabelos soltos fustigam o rosto

Como acoites cortantes de aço marcando a pele numa dor invisível,

Amor, onde anda?

Em que braço alivia o teu amor?

Quais as mãos que não as minhas acariciam teus cabelos negros

Qual o conforto que as horas podem serenar a fatiga desse momento.

O silêncio da alma não repousa em paz a angústia do momento

O que fazer para tê-lo em mim nos beijos prometidos

Nas carícias sempre tantas que confundem a ordem do ter e do prazer.

Amor, onde anda?

Em qual cama acolhe o calor do teu corpo

E refaz em descanso a fadiga de ontem

Quem alivia do seu corpo as tensões dos músculos contraídos?

O desejo alucinado de buscar esse prazer em mim

É fonte de pensamentos nefandos que afastam os olhos da paisagem

A razão de sabê-lo sem contatos

A emoção de imaginá-lo em outros cheiros, peles, desejos

E o coração emaranhado de dúvidas

Aceitam as vicissitudes da relação

A volubilidade do sentimento mais profundo

E a alma chora no frio rasgado do

Ciúme.

DUVIDAS Lia de Sá Leitão – 05/09/2007 (Normanda)

As dúvida, o medo, a angústia aumenta a loucura de enfrentar o desconhecido

Invade o imaginário e constrói jardins os cactos dão as flores brancas

Belas , lindas e difíceis

Com sua pureza encanta

O mesmo deserto das dúvidas.

O pôr do Sol

Desperta as lembranças fortes

Da noite de fogo , folia e desejos

Na velocidade do pensamento vencer distâncias

Mergulhar o corpo num abraço que chega como brisa

Suave, dócil. Meiga

Mas que toma todo o corpo em uma vertigem.

A espera hoje deixa até as estrelas abandonadas

O sonho deixa a tela do corpo nu abandonado a um canto do ateliê

O arquiteto quer a vida, quer a essência , suspira pele

A pele que arrepia com o toque

E infesta no ambiente um perfume que criou para o corpo nu que cria a óleo sob a tela.

Rompendo as mágoas, os medos, os traumas

A covardia em não poder ser presente na alma do corpo nu que delineia

E o pincel em tons sob tons

Descrevem o poema de silêncio

E o amor latente que se esconde nas linhas azuis

Da transformação

Rompendo as mágoas, os medos, os traumas

A covardia em não poder ser presente na alma do corpo nu que delineia

E o pincel em tons sob tons

Descrevem o poema de silêncio

E o amor latente que se esconde nas linhas azuis

sem dúvidas de poder ser feliz.

O RELÓGIO

Lia Lúcia de Sá Leitão – 05/09/2007 (Normanda)

Na parede um relógio preto, taciturno

Feio como um monstro da noite caolho

Curioso e indiscretos com os andarilhos das sombras

Implacável acusa a corrida do tempo

Sublimam, evapora, escoa entre as mãos a volúpia dos desejos

E não cessa uma angústia na alma a sua cantoria ritmada.

Vem...não vem....vem...não vem.

Na sua música

Escondo a letra construída de prazeres

No seu cantar

Ouço os tons da viola quebrando as distâncias

O frio

Esquece-se a chuva que chicoteia os vidros das janelas

E não são lágrimas que choram a ausência

são chuveirinhos das nuvens regando as flores do jardim do coração.

Não ouço saudades, não ouço tristezas, não ouço abandonos

A musica suave toma o corpo

Constroem mundos

Seres aventureiros

temporal ou temporão

Fugidios da dor

Guardam em mi bemol

A sinfonia que se deve guardar no coração

SONHOS DE UM AMOR.

Lia de Sá Leitão – Normanda – 01/09/2007.

Os sonhos de amor são inevitáveis durante a vida ou não se estaria sentindo o pulsar da essência humana. Avaliar o estado emocional daquilo que passou ou do momento em questão é o mesmo que tentar segurar o tempo na ampulheta ou quebrar os ponteiros do relógio da sala de estar.

A consciência do ser deve apenas respeitar a liberdade do outro em chegar ou sair mesmo sabendo que ainda resta algo grande a ser vivenciado.

Não importa se todas as experiências um dia tenham que morrer em si como o egoísmo dos que partem sem ao menos dizer adeus.

A espera causou o pânico

Dias a fia sem um comunicado de ida ou vinda.

A presença da ausência é mais dolorida que a negativa do amor.

A alma clama

O corpo pede cama,

Os desejos chamam

Nada parece ter rumo, mundo, significado

Tudo se desencanta em um universo mudo

Sem brilho, sem cor,

o tom que defina a música que marca o momento da paixão perdeu a harmonia.

A saudade da presença

Não perdoa as marcas abertas como feridas jamais cicatrizadas

De tamanha espera a vida fluiu,

De tanta lágrima a esperança fortaleceu,

Agora a estrela apagou,

O sonho esmoreceu

E a falta do ser foi substituída pelo esquecimento da dor

E recomeço para um novo amor.

O Sinal "&"... pra meu mais novo e querido amigo Graciliano.

Lia Lúcia de Sá Leitão – 03/09/2007.

Um amigo curioso estava comigo em plena noite de domingo nos deleites de um chopp e de um uísque, trocando idéias de poetas como Carlos pena filho, Vinícius de Moraes, escritores como Garcia Marques e Saramago, não aqueles papos que enjoam qualquer professor de Literatura, mas interrogações e conceitos muito bem elaborados para um jovem de vinte e dois anos.

De repente, num arroubo que só os jovens inteligentes podem desfrutar da curiosidade ele interrompe a conversa e questiona: qual o nome e a denominação desse bendito caractere “ & “ existente nas companhias de comércio? A princípio puxei pela memória e respondi, é o que equivale ao “e”. Não tinha bem certeza, prometi que ia fazer uma pesquisa para não ser impetuosa com aquela resposta sem ter total segurança de informação.

Resolvi escrever um continho sobre o assunto depois de conferir Evanildo Bechara, Nicolla, Platão Saviolli.

O caractere como escrevi acima, é conhecido monograma romano que servia como a conjunção latina “et” a bisavó da conjunção aditiva da Língua Portuguesa “e”.

Em dois mil anos e tiquinhos a mais de aniversário no Renascimento foram elaboradas várias maneiras de como redigir o que ocasionou até uma descaracterização do original. A transformação para o “&” que conhecemos nos dias de hoje foi a necessidade de facilitação tecnológica da linguagem da contabilidade, assim sendo foi elaborado como norma tipográfica.

Por outro lado a colocação do “&” como uma forma de ligadura textual utilizado por aqueles que escreviam à mão e com velocidade. Fiquei atenta ao & que também passou a mexer com meu raciocínio, porque a necessidade de usar um conectivo tecnológico que substituía uma conjunção latina? E continuamos a conversa falando em romancistas apreciados, meu amigo falou que era fã da construção literária de Eça de Queirós e eu lembrei uma titulação escrita por Eça; Alves & cia, seu crudelíssimo romance no qual cortante como fio de navalha criticava a sociedade falso moralista de Lisboa.

Depois de horas queimando as pupilas em leituras e anotações posso falar em sã consciência ao meu amigo, embora insegura na resposta acertei a resposta, o “&” será chamado de conectivo comercial de adição, ou seja uma conjunção aditiva.