RIO ANTIGO - PARTE IV

Símbolos de seis séculos desta região da cidade. --- Bem no barulhento centro financeiro, desde os primórdios do Rio, o atrativo silêncio... - do final do século XVI, no alto de um morro, o MOSTEIRO DE SÃO BENTO; com vista para a Baía de Guanabara, a mais antiga construção do Rio, o mosteiro guarda uma joia do barroco, a Igreja de Nossa Senhora de Montserrat, talhada em madeira dourada, conjunto bem preservado. Marcos também de outras épocas, a PRAÇA XV e o PASSEIO PÚBLICO, ainda o PIER MAUÁ e /bem mais moderno/ o PALÁCIO CAPANEMA - roteiro com símbolos de cada século, inclusive do XXI, arquitetos e urbanistas do mundo inteiro circulando pelo Centro durante o Congresso Mundial de Arquitetos em 2020. O mosteiro é a porta de entrada desse túnel do tempo. Aberto diariamente, apenas com uma área restrita a religiosos, arcos em cantaria, apreciada por visitantes somente em quatro datas, por exemplo Finados e Domingo de Ramos, ou quando morre um monge. A PRAÇA XV é peça chave para entender o final do século XVII, quando a cidade começou a descer do Morro do Castelo, apinhado de gente, para a várzea e a área do Largo do Carmo (atual Praça Quinze) virou o espaço mais importante, abrigando as autoridades, sendo desta época o CONVENTO DO CARMO e o PAÇO IMPERIAL. Apesar de tombado pelo Iphan, o CHAFARIZ de MESTRE VALENTIM, do século XVIII, não recebe a atenção devida e foi tomado por moradores de rua; Valentim, principal arquiteto da colônia, autor do icônico PASSEIO PÚBLICO, o primeiro parque público também na lista do Iphan, pouco frequentado, manutenção deficiente, suja e depredada a Fonte dos Amores, ali dentro... e água, só da chuva; numa das duas pirâmides, ele deixou dedicatória: "Ao amor do público". O ARQUIVO NACIONAL, construção neoclássica de frente para o Campo de Santana, é um lugar imperdível do século XIX, com enormes cofres dos tempos em que funcionou ali a Casa da Moeda - na entrada, piso trabalhado com pedra portuguesa; uma curiosidade, 38 palmeiras tombadas pelo Iphan. No passado, a CINELÂNDIA foi na primeira metade do século XX o centro político do país, onde os gaúchos amarraram seus cavalos na Revolução de 1930 - foi ainda endereço do Senado e do Supremo, e hoje ponto alto da paisagem é o TEATRO MUNICIPAL, de 1909. O destino final desse tour é o século XXI, conjunto da PRAÇA MAUÁ - Museu de Arte do Rio, Museu do Amanhã e Orla Conde, ponte entre o passado do Porto e da escravidão com o presente. uma área que aponta para o futuro, marcada pela liberdade de manifestações artísticas, culturais e econômicas, conectada às transformações do mundo.

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FONTE:

"Uma máquina do tempo no Centro", artigo de LUDMILLA DE LIMA - Rio, jornal O Globo, 7/7/19.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 02/11/2019
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