CBH - MISCELÂNIA - PARTE II

RECORTE sem data - "A ópera do malandro", de HUGO SUKMAN (adaptação) - História levada a sério. Ebulição criativa gerada pela mistura de incerteza e liberdade na República de Weimar, Alemanha, 1919/1933. Marcantes trabalhos literários, "lá", entre metáfora (cinema expressionista) e diversão (cabaré), "A ópera dos três vinténs", musical de KURT WEILL e BERTOLL BRECHT, como tema a própria Weimar, que antecipa a excitação das contradições capitalistas e a nova classe de desgarrados do sistema, o 'lumpenproletariat', gerando condições propicias para levar o nazismo ao poder - flagrante de uma sociedade em transformação. ----- Palco, sinceridade. CHICO BUARQUE pensou sobre o estabelecimento do capitalismo transnacional do Brasil (nada complicado!), nos anos 40, e fez o musical. Em "A ópera do malandro", o 'lumpenpr......' (leitor já sabe) se transferiu para uma Lapa romântica, o 'barão da ralé' personificado na figura do malandro, MAX OVERSEAS (trad. 'no exterior'), escroque de tempos antigos, matriz de nova elite colonizada, associada à velha (eternizada) elite corrupta, sócia tropical dos capitais internacionais. Ideia ambiciosa e divertida! Em 1978, roteiro do próprio CBH e RUY GUERRA para o cinema, 1986, menor densidade da peça.

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RECORTE de 2005 - "Chico Buarque em Nancy", de ARTUR XEXÉO (adapt.) - Pois, CHICO novamente em Nancy França, na tevê; Na entrevista "Bastidores", volta aos anos 60, na época o festival de teatro em Nancy era o mais importante do mundo e consagrou a montagem do grupo paulista Tuca para o longuíssimo e dramático poema "Morte e vida Severina", de JOÃO CABRAL DE MELO NETO, com a música do CHICO. Início de brilhante parceria entre o artista e a linguagem teatral. E a televisão mostra imagens de "Roda viva", "Opera do malandro" e "Gota d'água" (tragédia grega de Medeia num subúrbio carioca). Emocionante rever o elenco original das peças, o figurino e a maquilagem. CBH revela o processo de criação da "Ópera..." - texto e canções feitos e submetidos ao elenco para vetar, criticar, solicitar mudanças. Situações anedóticas do tempo da ditadura, "Roda viva" não era uma peça política, mas havia um militar em cena defecando no quepe - e o milico de verdade perguntou o porquê... Sucesso de "Gota d'água" - fim do milagre econômico , o público se identificando com o texto.

NOTA DO AUTOR:

"A ópera do mendigo", de JOHN GAY, 1728 - sátira da classe dominante inglesa.

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RECORTE de 2011 - Vida de Chico é revista em 'almanaque', de LUIZ FERNANDO VIANNA (adapt.) - CECÍLIA, tia paterna dele, morreu em 1999, a jornalista REGINA ZAPPA escrevendo o primeiro de quatro volumes sobre o artista, "Para seguir minha jornada" ou "Almanaque Chico Buarque" - panorama do Brasil de Chico, biografia menor; interessantíssimas entrevistas e reportagens no acervo de Cecília, extenso material que guardava, décadas de recortes: anos em Roma, auto exílio 69/70 e várias curiosidades: 1-Nome de família - No livro "Buarque, uma família brasileira", de BARTOLOMEU BUARQUE DE HOLANDA, o avô pernambucano reduziu seu longo nome, CRISTÓVÃO PAES BARRETO DE HOLLANDA CAVALCANTI BUARQUE DE GUSMÃO, e arbitrou apenas BUARQUE DE HOLLANDA (há descendentes com um 'ele' só, caso de SÉRGIO, pai de CHICO). 2-O menino teve um elefante no quintal durante um dia, que escapara do circo, lona montada atrás da casa da família, rua Hadock Lobo, São Paulo - futuro artista CBH frustrado com a partida do animal. 3-Aluno religioso. Em Sampa, Externato Nossa Senhora de Lourdes na infância e Colégio Santa Cruz na adolescência - no segundo, estímulo a fazer caridade e até flertou com o fanatismo religioso; ao término do Ensino Médio, orador da turma e no discurso citou... VINÍCIUS DE MORAES. 4-Violões. Amigo do pai, Vinícius emprestou o violão para MIÚCHA, a filha mais velha, e Chico também tocava nele. Depois, batizou seus próprios violões com nomes masculinos, até constatar que "violão macho não tem vida longa", e passou a nomes femininos. 5-Figurinha fácil. Hoje ele fala o mínimo com a imprensa, mas já conversou bastante nas publicações sobre artistas, posando com MARIETA SEVERO e as filhas - não havia o culto à celebridade, marketing, assessores. 6-Iê-iê-iê. Nas polêmicas da dita MPB contra o Tropicalismo e a Jovem Guarda, era sempre protagonista da primeira - participou com GERALDO VANDRÉ de uma reportagem, mas nenhum dos dois conseguiu aliciá-lo. Reprovado na Ordem dos Músicos do Brasil pois não conseguiu sacolejar na prova.

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LEIAM meus trabalhos AH, ESSE CARA... - COM AÇÚCAR E COM AFETO "MEU REI"! - JOÃO E MARIA...

MODERNOS.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 03/11/2019
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