CBH - MISCELÂNIA - PARTE III

RECORTE DE 2014 - "CHICO 70", de LEONARDO LICHOTE (adapt.) - Aos 24 anos, terceiro disco, na música "O velho", retrato triste do personagem. E um alguém qualquer aos 70? Nos versos a nostalgia do vivido, "A vida inteira diz que se guardou / Do carnaval , da brincadeira / Que ele não brincou" e a sensação da proximidade do fim, "O velho de partida / Deixa a vida sem saudades". No próximo dia 19, ele, 70... Não só "caminhada longa pra nenhum lugar" - foi trajetória como um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX. com canções incrustadas na história do país: com maiúsculas nas grandes causas, sobretudo no posicionamento anti ditadura, e minúsculas, na intimidade das milhares de estórias de amor, em versos-filmes-peças-shows, e romances, quando já cançonetista consagrado. Paris como ambiente para 'pensar ' e produzir. No álbum "Chico", 2011, mais sofisticado e simples, reflexo da mauridade. Críticas de conservador desde 1960, colocado ultrapassado perante os novidadeiros tropicalistas - hoje, colegas de geração, inclusive GIL e CAETANO, tropicalistas, parabenizam sua coragem artística, repetindo ou não produção anterior., o desafio permanente de recomeçar, zerar, cada vez canção mais trabalhada e simples - risco no patamar de cada disco ou livro, mas se lança. Num documentário de MIGUEL FARIAS JR., "passado, presente e futuro, o artista e o tempo" - imagens de arquivo, inclusive de TV italiana e francesa, e muito bate-papo, cenas cariocas.- recital com jovens cantores e narrativa em primeira pessoa do parto das músicas. CACÁ DIEGUES filmando "O grande circo místico", adaptação para o cinema do poema de JORGE DE LIMA, trilha que CHICO e EDU LOBO compuseram para o Balé Teatro Guaíra, 1962, com clássicos como "Beatriz" e "Ciranda da bailarina".

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RECORTE de 2014 - Uma ceia em 'petit comité', de FERNANDO EICHENBERG (adapt.) - Festa pelos 70? Um jantar em restaurante parisiense, familiares viajando do Brasil. Chique, não? Festejar niver nunca foi de sua predileção, mas agora ele em Paris e coincidentes férias gerais, ocasião para ceia privada em 'petit comité'. Apesar do auto exílio na Itália entre 1969/70, elegeu Paris como refúgio para criações musicais e literárias, temporadas no seu 'apê' na ilha de Saint-Louis - normalmente 30 dias a cada vez, uma na primavera, outra no outono; em caso de escrever livro, talvez dois meses por vez. Atual, ainda sem título, foi iniciado em setembro/2012, tema secreto, com viagens a Berlim, produção diária até cerca de 2h da madrugada. Atleta-fundador do Politheama, pelada eventual na capital francesa; assistiu estreia da seleção brasileira no telão da casa do amigo SEBASTIÃO SALGADO, interjeições angustiantes, gritos de vibração e desapontamento. SEBASTIÃO e CHICO se conheceram nos anos 90, na gravação do CD "Terra" e lançamento do livro homônimo do fotógrafo; este o vê "com muita coisa na cabeça, agilidade no futebol... nenhum conselho a dar aos 70 anos; só o vi cantar uma vez, num show em Paris - qualidade ética e humana imensa, amigo de meu filho RODRIGO, síndrome de Down, se adoram. Pessoa doce e agradável: respeito pelo artista, grande amigo: vendo futebol juntos, indo a restaurante, batendo papo". (Segue)

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 03/11/2019
Reeditado em 03/11/2019
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