O vazio é uma escolha.

Era uma noite de lua cheia, como um carinho, a brisa do mar me envolvia por completo. Caminhando em passos curtos, sentia cada grão de areia por debaixo de meus pés.

Observando a imponente dança das ondas, provocada pela alta maré, me sentei ao meio de pequenas conchas trazidas pelo mar. O som da natureza se transformara em música, como o canto de uma sereia.

Ali eu estava livre de qualquer influência externa social. Desconstruindo muralhas internas, criadas para o sofrimento. Despido de pensamentos fúteis e banais. Enfim, aceitei meus demônios, e com coragem os enfrentei. Ao mergulhar em meu poço mais profundo, quando o medo começara a tomar conta, descobri a fonte de todo mal em mim. Não encontrara nenhum ser enfadonho, nenhuma energia obscura. Eu me vi, como se olhasse no espelho, eu e eu. Sou a única coisa que possibilita a entrada do mal em meu ser. Só nós temos a chave de nossas almas. Então, ser ou não ser, sentir ou não sentir, depende única e exclusivamente de mim!

E nesse momento, pela primeira vez, me senti completo. Senti a felicidade percorrer cada centímetro de meu corpo. A paz imperava em meu coração. Não me cabiam mais as mazelas do passado, tão pouco a angústia de um hipotético futuro. O tempo se esfarelava como algo não mais importante, pois o agora já se fazia suficiente.

Vitor Bueno
Enviado por Vitor Bueno em 14/01/2020
Reeditado em 14/01/2020
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