Fanfic - She-Ra e As Princesas do Poder - Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 5

Capítulo 5

O Meu Paraíso

Uma comoção em Lua Clara chamava a atenção dos guardas, que se aproximaram da estátua, presente do Reino da Mágica. Ao passarem pela multidão, os guardas ficaram surpresos, pois a Felina estava na frente da estátua, a observando. Todos os presentes estavam confusos e queriam poder tocar na Felina para saber se ela era real ou apenas uma assombração de um tempo passado.

— Eu me rendo — disse a Felina, se virando para os guardas. Ela estendeu as mãos esperando que fosse algemada ou algo assim.

Os guardas ficaram confusos e apontaram suas lanças para a Felina, que se aproximou com cautela.

— Vamos levá-la para a Rainha Ângela — avisou um guarda.

Felina concordou com a cabeça e seguiu em fila no meio dos guardas. Só agora ela pôde reparar melhor em Lua Clara, já que sua última visita foi para destruí-la, algo que a deixou um pouco desapontada. Como eu pude querer destruir um lugar como este, pensou ela, sacudindo a cabeça em negação.

Na sala do trono. Ângela parecia muito preocupada, conversando com um de seus generais.

— Desculpe, Majestade — disse um guarda, que acabava de entrar na sala do trono. — Tenho algo para informar que é de suma importância.

A rainha esfregou as têmporas com os dedos e mandou ele prosseguir com um gesto. Logo outros dois guardas entraram escoltando a Felina, o que deixou todos surpresos na sala do trono, fazendo surgirem vários murmúrios. Ângela ficou surpresa, mas não tanto como deveria.

— Sabia que você não morreria tão facilmente — disse a rainha, quase indo abraçar a Felina, que ficou confusa com a reação dela.

— Desculpe, eu vim para ser julgada pelos crimes que cometi — avisou a Felina, se ajoelhando e abaixando a cabeça.

Todos ficaram confusos e surpresos.

— Como assim? — perguntou a rainha.

— Só peço um favor antes do meu julgamento; que eu possa falar com a Adora. Tenho muito que se desculpar com ela...

— Fico muito feliz em tê-la de volta aos vivos. — Ângela se abaixou e levantou a cabeça da Felina, que ficou confusa, principalmente ao ver o sorriso da rainha. — Não sei como você sobreviveu, só sei que parece um milagre. Um milagre que chega em excelente momento. Se levante. Podem deixá-la em paz.

As ordens foram obedecidas pela Felina e os guardas, que se afastaram, porém, a Felina ficou confusa com o tratamento que estava recebendo.

— Não acha que deveria ter mais cuidado com um prisioneiro, principalmente um que cometeu tantos crimes — disse a Felina, enquanto a rainha voltava para seu trono. — Antes do meu julgamento posso dar algumas dicas de segurança. Encontrei várias falhas na sua guarda e... agora...

— Você não será julgada — revelou a rainha, fazendo os murmúrios dos presentes se intensificarem.

— Mas...

— Sem, mas! Como eu disse: Seu retorno é um milagre que chega em excelente momento. Etéria passa por uma nova crise e não temos pessoas disponíveis para resolver esta crise...

— O que aconteceu com a Adora?! — Felina começou a ficar preocupada, olhando em volta a todos instante, como se pudesse encontrar seu amor a qualquer momento.

— Antes de contar o ocorrido, preciso que o outro prisioneiro seja trazido. Você não é a nossa primeira prisioneira.

Os guardas obedeceram e a Felina ficou confusa, olhando para a passagem da entrada da sala do trono, de repente os guardas entraram trazendo alguém que fez a Felina correr para ver de perto. Era a Entrapta, que estava só com o rabo de cavalo esquerdo e com vários curativos no rosto. Do lado direito de seus cabelos, logo no local onde ficava o outro rabo de cavalo, estava preto, como se tivesse sido queimado por algo.

Entrapta ficou sem palavras, apenas correu e abraçou a Felina, que ficou um pouco sem reação, mas logo retribuiu o abraço.

— Eu senti muito a sua falta — revelou a Entrapta, demonstrando muita felicidade ao fitar os olhos da Felina. — Como você sobreviveu? Eu quero saber tudo o que aconteceu e também tenho tantas coisas para contar.

— O que aconteceu com seus cabelos e esses machucados? — Felina acariciou os cabelos queimados da Entrapta.

— Desculpe, garotas, mas estamos sem tempo — avisou a rainha, fazendo as amigas se soltarem do abraço.

— Desculpe, Majestade — disse a Entrapta, fazendo uma reverência para a rainha.

— Explique para a Felina o que aconteceu... mas por favor, se apegue ao que é mais importante. Sei que vocês querem conversar, mas o tempo é curto.

As palavras da rainha deixaram a Felina preocupada, enquanto a Entrapta começou a revelar o que a amiga tinha perdido nos últimos dias:

— Depois da sua... — Entrapta parecia escolher as palavras antes de continuar: — Quase morte, Felina, eu pensei em fazer algo para evitar que mais pessoas fossem machucadas, principalmente a Adora, já que você a ama tanto. Para isso conseguir criar uma forma de defesa para que ninguém mais hackeasse a She-Ra, porém, ao fazer isso, descobrir uma forma de hackear qualquer ser vivo em Etéria...

— Por favor, diga que não entregou isso para a Horda?

— Eu soube do perigo que algo assim poderia trazer, por isso tentei destruir meus experimentos, mas o Hordak já sabia dos meus avanços por causa de seu espião... — A Entrapta parecia muito triste e começou a acariciar a parte dos seus cabelos queimados. — Eu escapei por pouco e perdi minha mascote Emily para poder chegar até aqui, mas cheguei quase inteira.

— Quem foi o responsável por fazer isso com seus cabelos? — perguntou a Felina, socando a própria mão.

— Foi a Scorpia, mas isso não importa agora. O que importa é que meus experimentos foram destruídos, mas acho que de alguma forma a Horda conseguiu recuperar alguma coisa...

— Como você sabe disso?

— Podem trazer — mandou a rainha, fazendo um guarda trazer um tablet. — Adora reuniu as princesas para investigar se a Horda ainda tinha acesso aos experimentos da Entrapta, mas algo de errado aconteceu.

Felina observou o tablet, em que apareceu uma mensagem da Cintilante. Ela estava no que parecia ser uma instalação da Zona do Medo.

— Senhora, estou informando que tudo está correndo como o planejado — disse a Cintilante na mensagem.

— Essa mensagem foi enviada na semana passada — revelou a rainha. — Depois não recebemos mais nenhuma. O que você percebeu de errado na Cintilante?

A Felina ficou observando a Cintilante na mensagem por algum tempo.

— Ela se comporta como um soldado da Horda. Talvez esteja sendo controlada por alguém, que não sabe como agir de forma não militar.

— Isso mesmo. Cintilante não me chamaria de Senhora e jamais agiria assim. Acho que a Horda tem acesso à tecnologia que a Entrapta criou. Agora explique para ela, Entrapta.

A Entrapta ficou séria e começou a explicar:

— Se eles estão usando meus experimentos, que com certeza estão, vão tentar controlar todos os seres vivos de Etéria, mas para fazer algo assim, a Horda vai precisar de uma poderosa antena, que eu tenho certeza que já começou a ser construída na Zona do Medo...

— Não tem como criar alguma espécie de antídoto? — perguntou a Felina, demonstrando muita preocupação. — Se a She-Ra está sendo controlada, não se sei como detê-la... Na última vez, muitas pessoas morreram para trazê-la de volta.

— Eu posso criar um... antídoto, como você disse, mas vou precisar de tempo e não posso criar um para todos os seres vivos de Etéria... Tenho que criar algo para imunizar a todos, mas tudo isso vai precisar de tempo.

Felina segurou nas mãos da Entrapta e fitou seus olhos.

— Sei que você consegue. Não posso deixar a Adora sendo controlada novamente, e os outros também. O que você consegue fazer mais rapidamente?

A amiga da Felina soltou suas mãos e começou a fazer alguns cálculos usando seu rabo de cavalo para fazer anotações no ar, com ele em forma de mão.

— Posso criar os antídotos. — Ela fez umas aspas com as mãos para a palavra antídotos. — Só que não poderei criar muitos em tão pouco tempo. Se meus cálculos estiverem certo e com a ajuda da She-Ra, com certeza a Horda já está bem avançada na construção da antena.

— Então faça os antídotos — ordenou a rainha. — Meus guardas vão conseguir qualquer coisa que for preciso, mas antes tenho que mostrar algo.

Uma general de Lua Clara chegou com outro tablet e mostrou as imagens de uma antena sendo construída sobre um edifício metálico.

— Eles estão bem avançados nas construções — disse a general. — Meus batedores conseguiram estas imagens logo cedo.

— Não temos muito tempo — concluiu a Felina.

— Espero que você tenha um plano — disse a Ângela.

— Sim, Majestade. Eu tenho um plano, mas vou precisar do antídoto.

— Qual seria o seu plano?

— Vou tentar usar o antídoto na She-Ra... Tenho certeza que podemos deixar todas as nossas esperanças sobre ela. Adora vai fazer o impossível para destruir a torre e salvar Etéria... Ela é uma boa pessoa.

— Sim. Ela é...

— Não gostei do plano! — discordou a Entrapta, demonstrando uma preocupação exagerada, pensou a Felina.

— Como não gostou? — perguntou a Felina.

— Na última vez que você tentou deter a She-Ra... — Os olhos da Entrapta se encheram de lágrimas. — Ela quase te matou. Não quero perder você de novo.

A Felina enxugou as lágrimas da Entrapta com os dedos e depois sorriu.

— Não vou morrer. Eu prometo. Vai dar tudo certo.

— Você promete?

— Eu já disse; eu prometo. Não vou deixar a Adora e nem você.

A Entrapta abraçou a Felina.

— Gosto mais da nova Felina. A antiga sempre parecia triste e irritada... Mesmo nos momentos que ela parecia feliz com algo e estava rindo...

— Também gosto mais da nova.

As duas sorriram e se soltaram do abraço.

— Tenho que correr — avisou a Entrapta, saindo correndo da sala do trono.

Alguns guardas a seguiram a mando da rainha, que ordenou com um gesto.

— Felina! Por favor, traga minha filha de volta e seus crimes estarão perdoados.

A Felina notou que a Ângela parecia muito abalada com tudo o que estava acontecendo.

— Farei tudo o que puder para salvar a Cintilante e toda a Etéria, mas acho que não deveria perdoar meus crimes tão facilmente, Majestade.

— Salvar minha filha e toda a Etéria já é uma excelente forma de redenção. Tenho certeza que não será necessário um julgamento depois do seu retorno...

— Mas, Majestade...

— Sem, mas... apenas traga minha filha de volta e salve Etéria... Prove para todos que você realmente quer se redimir pelos seus crimes.

A Felina ficou pensando um pouco, mas logo aceitou os termos da rainha e concordou balançando a cabeça. Ela se preparou para fazer uma reverência, mas foi impedida pela rainha:

— Não é necessário ser tão formal. Você é a amada da Adora, que é como uma filha para mim, o que te torna uma pessoa bem próxima da família real de Lua Clara.

— Desculpe, Majestade. — Felina ficou parada com as mãos nas costas, como um soldado.

— Também não precisa ser tão militar. Tente se soltar mais.

— Sim, Majestade.

— Agora prossiga com o plano, antes que a Entrapta exploda Lua Clara por engano.

Ângela sorriu, o que contagiou a Felina, que saiu correndo da sala do trono.

No quarto da Adora. Alguns guardas terminavam de trazer as coisas que a Entrapta pediu. Felina entrou no quarto sendo seguida por um guarda que servia de guia até o local.

— Obrigada — agradeceu a Felina, enquanto os guardas saiam.

— Vou começar — avisou a Entrapta, digitando algo em um computador.

A Felina ficou reparando no quarto da Adora, ela viu os bonequinhos, que o Arqueiro tinha feito, da Cintilante, da Adora e dele.

— Por que você escolheu o quarto da Adora? — perguntou a Felina, reparando nos sacos de dormir próximos a cama da Adora.

Entrapta riu e coçou a cabeça com o rabo de cavalo em forma de mão.

— Queria que você visse como é o quarto da Adora. Sei que não é muito, mas acho que dar para diminuir um pouco a saudade que você está sentindo.

A amiga da Entrapta sorriu e se deitou de costas na cama da Adora. Ela notou que o cheiro da Adora estava presente na cama, o que a fez fechar os olhos. Ela estava muito feliz e a Entrapta continuou com o seu trabalho, com um sorrisinho no rosto.

Já era noite. Felina tinha adormecido e a Entrapta não a acordou, mesmo com o barulho que fazia com seu trabalho, pois a Felina estava muito cansada.

— Eu adormeci? — perguntou ela, se espreguiçando-se como um gato.

— Sim, mas não se preocupe, pois o antídoto já está quase pronto. — Entrapta observava uma simulação em um monitor.

Felina se sentou na cama e ficou olhando para a amiga sentada no chão, de costas para ela.

— Precisamos conversar — avisou a Felina, fazendo a Entrapta parar o que estava fazendo.

— Eu sei. — A amiga da Felina se sentou na cama também. Ela levantou sua máscara de proteção.

— Não deveria ter te tratado como uma ferramenta... — Os olhos da Felina se encheram de lágrimas. — Me desculpe por eu ter sido uma pessoa tão ruim, que brincou com seus sentimentos.

— Você não deveria ter feito isso, mas eu te perdoo...

— Não deveria me perdoar tão facilmente assim.

— No dia que eu te conheci no Baile da Princesas, fiquei muito feliz por achar alguém como você... — Entrapta levou uma mão sobre o peito no lado coração. — Nunca pensei que gostaria de alguém como gosto de você, principalmente depois do tempo que passamos na Zona do Medo, mas eu entendo que você ama a Adora...

— Como você vai ficar nisso tudo?

— Não se preocupe comigo... Eu não te amo como você ama a Adora e ela a você.

— Seremos amigas. As melhores amigas.

Entrapta sorriu e enxugou os olhos da Felina com os dedos.

— Para mim está perfeito. Nunca tive uma melhor amiga. Podemos fazer um monte coisas juntas. — Entrapta pegou o gravador. — Dia um da minha nova vida com a minha melhor amiga Felina...

— Não precisa gravar isso — disse a Felina, rindo em seguida.

— Estou tão feliz em vê-la sorrindo. Sua felicidade é contagiante.

A Entrapta pulou da cama e foi pegar o que parecia uma maleta preta. Ela abriu para a Felina, que ficou surpresa ao ver dez pistolas brancas em compartimentos próprios para elas.

— É o antídoto? — perguntou a Felina, examinando melhor o conteúdo da maleta.

— São, mas têm uns problemas...

— Quais?

— Só conseguir preparar dez em tão pouco tempo e para usar será necessário descobrir a frequência que a Horda está utilizando para hackear a Adora e os outros. Por isso, você terá mais uma coisa a fazer na Zona do Medo.

— Não será nenhum problema...

— Será sim, já que, para você ser imunizada, será preciso a frequência. — Entrapta pegou uma pistola e ao aproximar sua mão da lateral dela, um painel com teclado holográfico roxo surgiu. — Você digita a frequência aqui e ejeta em você. Não deixe para depois, pois tenho certeza que a Horda vai tentar te controlar no momento que souberem da sua presença na base deles.

— Entendi. Depois é só imunizar a She-Ra e ela destruirá a antena.

— Isso mesmo. Enquanto eu fico aqui criando antídotos para a rainha e os outros de Lua Clara. Também não se preocupe, que já estou pensando em como criar algo para imunizar todos os seres vivos de Etéria.

Felina se preparou para partir, mas antes de sair do quarto ela parou na porta.

— Eu vou cumprir minha promessa. Logo estarei de volta com a Adora e todos os outros.

— Tome cuidado.

— Tomarei.

Finalmente a Felina saiu do quarto, logo um guarda a guiou pelo castelo. Ela saiu do castelo e antes de partir, fitou bem a estátua no centro de Lua Clara.

— Vou trazê-la para casa, ou melhor; vou trazer todo mundo de volta para casa.

Ela correu na direção da Floresta do Sussurro, segurando a maleta preta.

Em algum lugar próximo a Zona do Medo. A noite já era noite. Felina observava a movimentação próximo a um edifício metálico, que para ela era a típica construção da Horda, mas que havia algo diferente; era a antena, que formava uma pirâmide estreita e no seu topo tinha uma ponta apontando para cima e outras quatro em outras direções para o horizonte. A antena, ao ser vista por cima se pareceria com um X. Felina logo deduziu que a forma da antena servia para atingir todos os cantos de Etéria. Ela também notou que a movimentação inimiga era grande e logo acabou por ver seus antigos colegas de treinamento na Horda, mas o que a Felina queria ver era quem estava comandando a operação e se podia ver alguma princesa, mais precisamente a She-Ra. Ao não conseguir ver nada, ela achou melhor avançar, tomando cuidado para não ser vista.

Felina notou que era fácil passar pelos guardas, o que fez ela agradecer pelos anos de treinamento na Zona do Medo. Com certeza eles não esperam um ataque meu, pensou ela, se esgueirando por trás de alguns blindados da Horda. Felina se escondeu próxima a entrada do edifício metálico. Para ela foi fácil entrar no momento que alguns guardas saíram.

O local era cheio de corredores largos e haviam várias caixas metálicas e o som de pessoas conversando podia se escutado por toda parte. Ao passar na frente de uma porta, Felina escutou a Scorpia planejando algo, que ela não deu muita atenção, pois tinha que chegar até a antena.

Só depois de procurar um pouco, Felina finalmente chegou até a base da antena, o que a fez formular alguns planos de como seria fácil derrubar a antena, já que logo embaixo da base tinha o que parecia ser um centro de comando, com vários computadores e monitores com mapas de Etéria. Felina se sentiu sortuda por não encontrar ninguém na sala.

— Agora preciso achar a frequência — disse ela para si mesma, começando a mexer em um computador.

Alguns minutos depois a Felina já encontrou a frequência, pois a Horda não a deixou muito escondida, já que eles não esperavam um ataque e nem uma infiltração, que por enquanto estava perfeita. Felina abriu a maleta e digitou a frequência. Ela preparou para se imunizar e aplicou o antidoto em seu braço. Ela sentiu uma grande dor no começo, que logo foi diminuindo. Entrapta poderia ter feito algo menos doloroso, pensou ela, fechando a maleta em seguida.

Ao sair da sala para encontrar as princesas, Felina foi surpreendida por um soco que quase a atingiu. Ela se afastou do agressor que estava surpreso.

— Não acredito! — gritou a Scorpia, sem esconder a alegria. — Você está viva?! Eu sentir a sua falta!

— Sentiu? — perguntou a Felina, sem abaixar a guarda. — Foi no momento que machucou a Entrapta?

Só agora a Scorpia notou que tinha algo de errado.

— O que você está fazendo aqui?!

— Estou apenas passeando...

— Não está! Guardas!

Felina avançou contra a Scorpia, que se preparou para acertá-la com a cauda de escorpião, fazendo a Felina ter que pular por cima dela e sair correndo em seguida. No corredor, o som de um alarme começou a tocar e luzes vermelhas a piscarem. Felina escutou a correria dos guardas.

— Cadê você Adora? — perguntou a Felina, correndo para fora da instalação da Horda.

Ao sair, ela acabou sendo surpreendia por vários soldados da Horda apontando seus rifles para ela, os que foram desenvolvidos pela Entrapta. Também haviam blindados e robôs com suas armas apontadas para ela.

— Se renda! — mandou a Scorpia, que chegou atrás da Felina, apontando uma pistola, outra invenção da Entrapta. — Não tem como você escapar... Não queremos matá-la.

Felina colocou a maleta no chão e levantou as mãos, deixando todos confusos.

— Vejo que minha morte acabou te trazendo uma promoção — disse a Felina para a Scorpia.

— Não é ela que está no comando dessa operação. — Felina se assustou ao escutar a voz da Sombria de entre os soldados.

— Sombria! Como você conseguiu seu cargo novamente?

— Depois que sua amiguinha experta fugiu, eu conseguir continuar com o projeto dela. Sabia que magia e ciência são coisas muito parecidas em certos pontos?

— Não pode ser! Cadê a Adora?!

Sombria soltou uma longa gargalhada.

— Ainda com essa loucura de amar a Adora? Acho que vou deixá-la cuidar de você... Ou melhor, vou deixar os amigos dela. Assim ela poderá vê-la morrer pelas mãos deles.

No momento que a Sombria falou isso, as princesas da Rebelião saíram de entre os soldados. Com elas também estavam Arqueiro, Falcão do Mar e Ventania. Adora saiu em seguida. Felina ficou feliz em vê-la, mas notou que os olhos dela estavam vermelhos, assim como dos outros. Eles pareciam sem vidas.

— Sombria. Sombria. Realmente acha que eu entraria em uma base da Horda sem um plano? — O sorriso da Felina, deixou a Sombria preocupada.

— Atirem nela!

Antes que os soldados pudessem atirar, curtos fizeram eles largarem as armas, que explodiram, o mesmo foi com os blindados e robôs da Horda. Felina ficou sorrindo e logo em seguida várias explosões instaurou o caos na base.

— Esqueci de avisar que passei pelo arsenal antes e que a Entrapta tinha um presente para vocês.

A Felina se aproveitou da confusão e saiu correndo, segurando a maleta.

— O que estão esperando?! — perguntou a Sombria, sacudindo um soldado. — Acabem com ela.

Os soldados avançaram, mas não eram ameaças para a Felina, que fugiu parando um momento o outro para derrubar algum soldado com chutes ou socos. Ela era muito rápida para eles. Ao conseguir uma pausa, ela fitou a antena para saber se tinha conseguido derrubá-la com as explosões e acabou ficando desapontada ao vê-la sem nenhum dano, com apenas um pouco de fumaça que se dissipava. Felina preparou uma pistola com o antidoto.

— Sabia que a Horda não deixaria a parte mais vulnerável da antena sem uma proteção extra. Agora só me resta irritar mais um pouco a Sombria para ela mandar as princesas atrás de mim.

Sombria estava tentando reorganizar as tropas da Horda e no momento que ela seria atingida por um soco da Felina, uma sombra a protegeu, lançando a Felina para longe.

— Pensei que você estivesse sem magia — disse a Felina, se levantando e notando que estava com alguns arranhões.

— Ainda tenho magia suficiente para acabar com você. — Sombria já estava preparando outro ataque.

Com rapidez, Felina se aproximou e acertou um soco no estômago da Sombria.

— Não acho justo lutar contra uma velha...

— Também não acho justo lutar com você... — Sombria levantou uma mão chamando as princesas. — Não sozinha.

Felina viu a oportunidade surgir. Ela sabia que não conseguiria derrotar todas ao mesmo tempo, mas suas chances aumentariam se conseguisse atingir a Adora com o antidoto. Ela fitou a antena. Posso usá-la de isca, pensou ela, correndo em seguida.

— Não deixem a Felina chegar até a antena! — ordenou a Sombria, fazendo seus escravos seguirem a Felina.

Ao se aproximar, Felina derrubou alguns soldados, que abriram espaço ao verem os escravos da Sombria passando correndo. Estacas de gelo fizeram a Felina ter que diminuir o ritmo, pois elas saiam do chão de forma aleatória. Uma delas acabou atingindo o braço da Felina, mas foi apenas de raspão, mesmo assim, ela sentiu o corte e viu seu braço se encharcar de sangue.

— Não conheço muito bem suas habilidades — disse ela, fitando a Gélida, que estava com os punhos envoltos em gelo.

Felina avançou desviando os ataques de gelo e as estacas que iam em sua direção, no momento que ela socaria a Gélida no estômago, plantas a envolveram. Felina tentou escapar, mas foi lançada para longe. No momento que pensou em se levantar, ela foi surpreendida por uma grande onda de água. Já um pouco cansada por causa dos ataques, quase não conseguiu desviar das flechas do arqueiro. Falcão do Mar chegou com um sabre dourado tentando atingir a Felina, que desviou dos ataques e conseguiu acertar um chute nele. Depois de correr um pouco, Felina quase foi atingida por um coice do Ventania.

— Só isso que vocês têm?! — Felina já estava ofegante.

Ela sentiu um soco nas costas. Era a Cintilante, que se teletransportou para trás dela. O soco fez a Felina cambalear na direção de uma rede da Netossa, mas ao conseguir se recobrar a tempo, Felina conseguiu segurar a rede e jogá-la na Spinnerella, que já preparava um ataque.

— Você está fraca — provocou a Sombria, que chegou com a Scorpia.

— Já olhou para você? — provocou a Felina, recuando de costas.

— Se tivesse se esforçado no seu treino na Zona do Medo, jamais estaria perdendo contra essas fracas princesas.

— Não preciso derrotá-las.

Sombria reparou na maleta e na pistola que a Felina segurava.

— Vejo que a Entrapta conseguiu alguma forma de parar com os planos da Horda. Como funciona o que ela criou? Basta atingir a antena?

— Pode ser...

— Você não tem mais escapatória. As tropas já estão se reorganizando e se armando com tecnologia que a Entrapta não mexeu. Será uma questão de tempo e de quem será o responsável pelo seu fim.

— Você quer que eu desista e morra?

— Vamos acabar com suas esperanças. Arqueiro, destrua o que a Felina está segurando!

Várias flechas foram na direção da Felina, que desviou. Cintilante segurou o Arqueiro e começou a se teletransportar com ele atirando de lugares diferentes, uma flecha acertou o ombro da Felina, que gritou de dor, soltando a pistola com o antidoto. Ela tentou proteger a maleta, só que um pilar de gelo lançou a Felina para longe, fazendo ela se chocar contra o chão várias vezes. Felina tentou enrolar seu corpo na maleta para protegê-la.

A risada da Sombria fez a Felina despertar.

— Vejo que seu plano não vai mais funcionar.

Com dificuldade, Felina se levantou e quebrou uma parte da flecha em seu ombro. A dor era forte e ela podia notar que tinha algumas costelas quebradas. Ao abrir a maleta, Felina ficou desapontada, pois só sobraram duas pistolas inteiras.

— Vamos acabar logo com isso — disse a Sombria. — Agora, Adora!

A Adora se transformou na She-Ra, fazendo a Felina ficar preocupada. Elas ficaram se fitando por um tempo. Parecia que o tempo tinha parado e o som da confusão das explosões tinha cessado. Felina gritou e avançou contra a She-Ra. A risada da Sombria era assustadora e até a Scorpia acabou ficando preocupada com a Felina. O som de uma explosão lançou poeira para todos os lados. Scorpia e Sombria tiveram que proteger os rostos.

— Ela acabou com a Felina?! — perguntou a Sombria.

— Não sei — respondeu a Scorpia.

No momento que a poeira se dissipou, todos ficaram surpresos ao verem a Felina com um joelho apoiado no chão. Ela estava muito ferida e de sua boca já estava com um caminho de sangue. She-Ra estava parada na frente dela, segurando sua espada.

— Eu te avisei, Felina. Não tinha como você vencer...

A gargalhada da Felina deixou a Sombria confusa e a Scorpia também.

— Você pode ter me treinado, mas não me conhece...

Felina caiu esgotada de costa no chão. Só agora a Sombria notou o que tinha acontecido; Felina não atacou a She-Ra, ela se esquivou de um soco, que levantou muita poeira, depois passou pelas princesas e usou o antidoto na Cintilante, que não demorou para entender o plano da Felina. Cintilante ainda estava com a pistola encostada no braço da She-Ra. Sombria descobriu tarde demais que, a Felina ainda tinha pistolas intactas. Cintilante se teletrasportou para perto da Felina.

— Você está viva?! — Cintilante não escondia a alegria. Ela apoiou a cabeça da Felina sobre o seu corpo. — Chegou em excelente hora e.... desculpe pelos ferimentos.

— Não se preocupe com isso. Agora é só esperar a She-Ra voltar a si e destruir a antena. Tenho certeza que isso vai libertar os outros.

Os olhos da She-Ra voltaram a cor normal. Sombria ainda estava surpresa.

— Não acabou ainda! — gritou a Sombria, fazendo os outros que ainda estavam sobre seu controle avançarem contra a She-Ra.

Uma onda de energia da espada da She-Ra lançou todos para longe.

— She-Ra! — chamou a Cintilante. — A antena mantem o controle dos outros!

Só agora a She-Ra viu quem estava caída ali no chão. Ela soltou a espada e correu até a Felina, que sorriu ao vê-la.

— V-você está viva?! Eu não desistir de você! Eu ainda te amo!

She-Ra abraçou a Felina, que reclamou por causa dos ferimentos.

— Eu também te amo, mas precisamos salvar Etéria.

A Felina ficou em pé com dificuldade.

— Não se mexa — pediu a Cintilante.

Sombria e Scorpia perceberam que estavam perdendo, por isso ela fugiram para dentro da instalação da Horda. Vários soldados da Horda cercaram a She-Ra, a Felina e a Cintilante.

— Vão acabar com essa antena! — mandou a Cintilante, se preparando para lutar contra os soldados.

— Acho que ainda tenho forças para dar uma surra na Sombria e na Scorpia — avisou a Felina, demonstrando que poderia ficar em pé sem ajuda.

— Vamos! — concordou a She-Ra.

As duas avançaram para dentro da construção da Horda. O local estava vazio.

— Eu pensei que tinha te matado — revelou a She-Ra.

— Não é tão fácil me matar. Você só me fez uma imensa cicatriz. Quer vê-la?

— Acho melhor deixar isso para mais tarde em um lugar mais privado...

Finalmente as duas chegaram à sala de controle. Elas desviaram tentáculos de sombras e ficaram de frente com a Sombria e a Scorpia.

— Vamos acabar com isso — disse a Scorpia.

— Eu cuido da Sombria. — She-Ra já avançou contra a Sombria.

— Sabia que um dia eu acabaria lutando contra você — revelou a Sombria, fazendo um escudo de sombras para se defender dos ataques da She-Ra. — Um dia os aprendizes sempre acabam desafiando seus mestres...

— Você ainda acredita nisso?! — She-Ra tentou um golpe com a espada, mas um tentáculo de sombras segurou seu braço.

— Eu sempre soube que acabaríamos lutando, desde o dia em que você se rebelou contra a Horda. Tentei muito não chegar a isto, mas era inevitável. Só não esperava que você acabasse por corromper a Felina...

— Eu não corrompi a Felina... Ela apenas achou a única coisa que sempre quis e nunca pôde ter na Zona do Medo... Algo que você nunca vai entender o que é...

— E o que seria? — Sombria se aproximava, com um sorriso irônico, já se preparando para dar um golpe final na She-Ra, que ainda estava com seu braço preso.

— Amor!

She-Ra se soltou e atingiu a Sombria com sua espada. Sombria fez um escudo de sombras, mas ele se quebrou, porém, She-Ra não a feriu mortalmente, parando com o golpe bem próximo do rosto da Sombria, que sentiu uma imensa dor no estômago, caindo de joelhos em seguida e ficando inconsciente.

— Agora tenho que ajudar a Felina.

Na luta da Felina, Scorpia tentava acertá-la com socos e com sua cauda, mas a Felina desviava com facilidade.

— Eu pensei que você gostasse de mim? — perguntou a Felina, desviando de outros ataques.

— Gosto! Gosto muito, mas com sua traição contra a Horda... as coisas mudam um pouco. Principalmente o motivo de sua traição!

— Não precisamos lutar. Venha comigo para a Lua Clara. Ainda podemos ser amigas...

Scorpia se irritou com a proposta e avançou tentando acertar um soco na Felina, que se esquivou com facilidade.

— Você não entende o que eu sinto por você?! Você sempre esteve atrás da Adora. Cresceram juntas... Algo que eu nunca poderia competir, mas o pior foi você largar tudo o que tinha aqui por ela... Mesmo depois que ela te largou aqui na Zona do Medo... Não tem como competir com isso! Por isso que não vou deixar vocês ficarem juntas. Jamais! Se você não pode ser minha... não será de mais ninguém!

Felina se afastou e fitou bem a Scorpia. Felina parecia calma e saiu de sua posição de luta.

— Que pena. Não posso deixá-la me afastar da Adora, mas não vou desistir de você. Adora nunca desistiu de mim. Só que hoje eu não vou mais tentar te convencer a mudar de lado, pois tenha uma mensagem da Entrapta para você...

Confusa, Scorpia avançou contra a Felina, que desviou do ataque com facilidade. Scorpia viu a Felina segurando algo, mas só soube que se travava de um maçarico no momento que a Felina o usou no cabelo dela, que pegou fogo, fazendo-a se jogar no chão desesperada. A Felina se aproximou sorrindo, enquanto a Scorpia terminava de apagar o fogo.

— Isso foi pela Entrapta.

A Scorpia ficou muito irritada ao notar que estava quase careca e avançou contra a Felina, que apenas desviou do ataque e acertou com muita força o estômago dela. Ao cair de joelhos, Scorpia tentou segurar a Felina, mas era inútil, pois logo ficou inconsciente.

— Desculpe por isso — disse a Felina, no momento que a She-Ra chegou correndo.

— Vou terminar logo com isso.

As She-Ra começou a atacar a base da antena, que começou a ruir, o local parecia que desabaria a qualquer momento.

— Vamos levar as duas como prisioneiras — disse a She-Ra, procurando a Sombria e a Scorpia, mas não as encontrou.

Scorpia tinha despertado e ajudou a Sombria a fugir. Felina viu apenas elas saindo por um buraco na parede.

— Elas escaparam! Agora a gente que precisa escapar!

Com a queda da antena, os outros que estava sendo controlados por ela, voltaram ao normal, bem a tempo de ver que a Cintilante estava esgotada na frente de vários soldados da Horda, que estavam caídos no chão. Eles ficaram impressionados, pois ela tinha derrotados todos os soldados inimigos. Ao notarem que os efeitos da antena tinham passado, os soldados que ainda podiam andar, correram para carregar seus companheiros feridos. Cintilante reparou que algo estava acontecendo na instalação em que a antena estava em cima. De repente, algo passou cortando o céu e caiu na frente dela, levantando muita poeira. No momento que a poeira se dissipou, todos comemoraram, pois era a She-Ra, que carregava a Felina nos braços.

— Vocês conseguiram?! — gritou a Cintilante, quase abraçando as duas, mas achou melhor se conter e deixar aquele momento para elas.

She-Ra voltou a ser a Adora, que colocou a Felina no chão. Elas ficaram se fitando nos olhos. As duas estavam sorrindo.

— Eu te amo — disseram as duas ao mesmo tempo.

Finalmente elas se beijaram. A instalação da Horda explodiu ao fundo, mas as duas não pararam com o beijo apaixonado para poder ver a explosão. Os outros presentes comemoraram.

Era começo de dia em Lua Clara. Adora estava deitada de lado em sua cama. Ao abrir os olhos ela viu a Felina, também deitada de lado, olhando para ela. As duas começaram a sorrir.

— O que foi? — perguntou a Felina, se sentando vagarosamente na cama, por causa de seus ferimentos, que já estavam com curativos, como era o caso de seu ombro, que tinha sido flechado.

— Não é nada. Apenas estou feliz por você estar ao meu lado.

— Também estou feliz por você estar ao meu lado.

Adora se levantou e se espreguiçou.

— Acho que deveríamos se preparar para a comemoração...

— Ainda acho que a Rainha Ângela está me perdoando muito fácil.

— Não se preocupe com isso. Ela sabe o que faz. Você salvou toda a Etéria e ainda conseguiu trazer a filha dela de volta.

De repente a Cintilante se teletransportou junto com o Arqueiro para o quarto, fazendo a Felina pular de medo.

— Desculpe por minha amiga — pediu o Arqueiro. — Ela não sabe o que significa privacidade.

Todos acabaram rindo.

— Vocês não se arrumaram ainda? — perguntou a Cintilante, sem esconder seu desapontamento.

— Já estamos quase prontas — respondeu a Felina, beijando a Adora em seguida.

— É tão estranho ver vocês duas juntas — comentou a Cintilante.

— Como assim? — perguntou a Adora, se levantando e arrumando os cabelos.

— Não sei o motivo, mas parecia que vocês ficariam juntas em algum momento...

— Talvez tenha sido por causa da minha obsessão pela Adora — disse a Felina.

Todos ficaram sérios e depois começaram a rir.

— Vamos! — mandou o Arqueiro, já indo em direção a porta do quarto. — A Entrapta já vai começar o sistema de inoculação para todos os seres vivos de Etéria.

Alguns minutos depois, na entrada da sala do trono de Lua Clara. Felina estava usando roupas brancas, que eram iguais a que ela usava, sendo nas partes que eram escuras em sua antiga roupa, cinzas na nova. Ao lado dela estava a Adora.

— Com medo? — perguntou a Adora, fazendo a Felina disfarçar com um sorriso.

— Não... Na verdade estou...

Adora segurou na mão do seu amor.

— Vamos entrar juntas.

Antes de responder, Felina foi puxada pela sorridente Adora. Na sala do trono estavam todas as princesas, incluso a Entrapta, a tia da Cintilante, o Arqueiro, o Falcão do Mar, o Ventania e a Rainha Ângela, que se levantou com a entrada da Felina e a Adora. Eles começaram a bater palmas para a Felina, que ficou corada, fazendo a Adora sorrir.

— O que foi? — perguntou a Felina.

— Não é nada.

A Rainha Ângela se preparou para começar um discurso:

— Estamos aqui reunidos para receber o nosso novo membro da Rebelião. Eu sei que muitos ainda têm algumas dúvidas sobre a lealdade da Felina, que por mim já foi comprovada ao trazer para casa a coisa mais importante para mim. — Ângela olhou para a filha, que sorriu. — E também, por ter salvado Etéria de mais uma crise. Por isso, só tenho mais uma coisa para dizer para a Felina e espero que todos concordem: Seja bem-vinda a Lua Clara.

Todos bateram palmas e a Entrapta digitou algo em um tablet.

— Vou começar a inoculação — avisou ela.

De repente alguns foguetes foram lançados para o céu. Os foguetes explodiram como fogos-de-artifícios, lançando uma aura rosa na atmosfera do planeta. A aura envolveu toda Etéria.

— Agora tenho certeza que a Horda não conseguirá fazer algo tão terrível novamente com algo que eu criei. — Entrapta parecia muito feliz em ter resolvido de uma vez por todas o problema que ela criou.

— Agora, peço a todos que se divirtam — ordenou a Ângela, fazendo todos rirem.

Adora puxou a Felina.

— Tenho tantas coisas para mostrar — avisou a Adora, muito feliz. — Você vai pensar que aqui é um paraíso...

— O meu paraíso é você — disse a Felina, deixando a Adora corada e sem palavras. — Eu te amo.

— Eu te amo — disse a Adora.

As duas se beijaram.

Fim