Sem uma resposta convincente

SEMPRE ficou surpreso e sem entender alguns fatos da vida, sem encontrar para eles uma explicação plausível. Havia vários que ainda hoje questionava, mas lembrou-se de um quase esquecido e ficou relembrando com os seus botões.

Lembrou da sua infância/adolescência dos times de futebol.Havia dentre todos os garotos um que fazia mágica com a bola. O cara não fazia apenas dezenas de embaixadinhas, mas centenas e centenas, com um pé, com o outro, com os dois, com a cabeça, botava a bola nas gostas, fazia todo tipo de cabriolas em deixar a bola cair no chão, atravessava o campo todo fazendo essas piruetas com a bola. Mas no time principal era reserva. O último dos reservas.

Ria lembrando dessa contradição. Sozinho com a bola o cara era um mágico, jogando com os outros virava perna de pau, não sabia driblar, não sabia fazer passes, não marcava e o chute era fraquíssimo e torto. Uma decepção. Vizinho campo que jogavam havia um velho sapateiro que consertava as bolas, chuteiras e todo tipo de calçado. Sempre,disse aos botões, passava por lá e um dia falou noassunto do malabarista com o velho. Ele apenas disse que Deus anão dá tudo a uma só pessoa. Mas sabendo que ele adorava o malabarismo, perguntar: - Você preferia ser um malabarista que jogando é uma nulidade? Disse que preferia ser o malabarista. O velho balançou a cabeça e continuou batendo a sola. Ainda hoje questiona o caso desse amigo que era malabarista com a bola mas jogador péssimo. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 30/01/2020
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