Feijoada em lata

ANTES de mais nada confesso que uma amiga que é o cão chupando manga em literatura, ela é mesmo intelectual, que, para se distrair e depois fazer gozação comigo, me disse assim na lata que esses causos que coloco aqui no RL não são contos, mas fatos verdadeiros e priu, sem nenhuma conotação com a arte literária. Ela está certa. Mas eu sou teimoso e vou continuar botando os causos. Vamos ao de hoje.

Havia na cidade de Pesqueira, em Pernambuco, um clube chamada "Clube dos 50". Era o clube da chamada hoje elite falida. Antes do advento da tevê, era o local em que vários personagens, depois do jantar, iam espairecer, conversar, depois tomar uns quentes e umas cervejas e jogar, especialmente baralho. A grande figura do local era o encarregado do bar e do clube, Seu Luiz Maciel. Uma figura humana fora de série. Atendia a todos, mas também conversava muito e, claro, jogava no carteado. Um dia estava numa parada alata, mesa grande chamada e rechamada, ojogo era pif-paf, ele estava e btia com umas dezessseis cartas, quando, de repente, estourou uma espécie de tiro de canhão. Foi um susto danado. E a zoada veio da cozinha do bar. Seu Luiz sacudiu as cartas na mesa e correu. É que deixara sem abrir uma lata de feijoada em lata no fogo e ela explodiu e melou até o teto. Ele limpou tudo, mas sempre puto porque eixara de bater uma partida alta. Resultado: deixou de vender feijoada em lata. Inté.