O presente de um futuro

Houve uma época em que eu acreditei

Hoje os meus sonhos, serão apenas sonhos.

Neste momento encontro-me descendo os degraus do passado.

A angustia de saber de onde venho, foge-me do presente.

Pôr vários anos vago sem rumo aos ventos.

Observando o céu de nuvens escuras e desmedidas

Buscando na insistência o saber de quem sou!

As portas de uma cidade perdida no tempo esta aberta para interrogaçoes.

Porque os olhares já sem devaneios das pessoas que restam me perseguem pôr toda a cidade?

Em que se baseia o solo tão farto em cadáveres largados ao sangue morno de seus corpos?

Porque a desordem e o caos reinam sobre as antigas avenidas?

Tal retratada cena é bizarra e árdua de mais para a humanidade.

Não há mais o que saquear.

As pessoas aguardam enferma a morte.

Os cães enraivecidos durante o dia,

Uivam anunciando a morte do presidente.

Seu corpo coagiu promessas corruptas.

Á quanto tempo estou fora?

Minha pele enrugada marca o tempo da vida que me resta.

Á quanto tempo estou fora?

Atravesso a cidade em esforço

E a noite cai sobre o lago à beira da colina.

Hoje acho que estou cansado, não durmo á dias.

Quero acamado lembrar-me a onde esta o futuro promissor?

Vivenciei imatura a passagem do milênio e não esperava a lentidão racional.

Foi tão difícil enxergar a verdade e aceitar seus prazeres.

E os grandes jardins de túmulos esculpidos.

Será que a sorte os confortaram?

Não restou a burguesia e nem suas riquezas.

De que serviram?

Subestimei o ódio pela esperança.

Não há mais prazer na vida, só o incerto.

Quem é a mulher de estrema beleza entre as rosas?

Quem é o homem que age como o semideus grego dos ciclos vitais do vinho e da alegria?

Quem eu sou?

Eu não lembro do meu nome

De onde venho e para onde vou.

O que eu fiz e o que eu faço.

O que eu fui e o que eu sou!

Eu não lembro, estou perdido!

Quem são meus pais e quem são meus filhos.

A onde estou, que mundo é este.

Não existe luz não existem brilhos.

A pressão da lembrança junto ao cansaço

Reproduz antigas imagens aos meus devaneios.

Montanhas e florestas esbanjando o verde.

Um céu límpido e azul, abrangível pôr todo o infinito.

O ar e a água puros saciavam vidas irracionais.

O mundo era bom, o que fez o homem?

Uma chuva fria e tempestuosa se forma em alguns instantes.

Os trovões me despertam.

Os raios caem sobre as ruínas da cidade.

Meu corpo implora pela morte.

A inteligência a vida.

Acho que vou ter um ataque.

Começo a correr.

Eu posso sentir.

Continuo a correr.

Meu coração desiste e inerte silencia a minha dor.

Em breve voltarei ao desconhecido.

E mesmo que eu seja escoltado pêlos anjos,

Imperdoável seria a guerra...