"eu cresci" e tudo bem
"Eu cresci"
Essas são as únicas palavras que a minha mente consegue proferir e tudo bem.
"Estou com vinte anos e eu vou embora"
E eu sou só! Não estou só.
Passei quase a minha vida consciente toda, negando o fato de descer, desde que os meus seios decidiram surgir. Tudo isso por medo, medo de crescer, pois, sabia o que significava, que no caso era ter problemas, responsabilidades, cometer erros (inúmeros), perder-me em meio aos ideais do mundo e principalmente ser fraca e vulnerável, mas o que eu não sabia era que os exemplos que tive quando era pequena não eram tudo e eu nem sequer tive consciência de que eu podia ser o que eu quisesse, que eu podia ser melhor, que eu podia ser algo novo, diferente e belo.
Então, nessa negação de onze anos eu fiz escolhas adultas, mas neguei-me o suficiente para não sentir o prazer que vem junto com a liberdade e a idade, assim mantive-me atada aos problema e sentimentos da adolescência.
Hoje, nesse exato momento, às 1:40 da madruga, sentada numa varanda pequena demais para caber todas as minhas atuais descobertas, vejo-me sorrindo pouco lúcidamente por TER VINTE ANOS.
Agora, vejo também uma jovem adulta que está prestes a ir embora, saindo de casa para conhecer pessoas e mais que isso, indo estudar algo que faz sentido e que me faz sentir que o certo.
Tudo ainda continua tão nublado quanto o céu que agora vislumbro e ainda que eu não veja as estrelas, cabe a mim busca-las, mesmo que eu viaje todos os domingos a tarde para visitá-la numa cidade estranha.
Bom, deste minuto começa algo novo e sem precedentes, que assim seja...