ESSA GENTE

ENTENDIA perfeitamente a ojeriza que os direitistas mais radicais sentiam em relação a Chico Buarque de Holanda. Achava que devia ser muito duro constatar que um esquerdista de verdade era um dos melhores escritores do país em todos os tempos. E o melhor compositor, além de dramaturgo. Que era considerado um gênio no mundo todo. Devia doer muito, entristecer os direitistas não ter do seu lado quem pudesse concorrer com o Chico Buarque.

O homem terminara de ler o último romance desse escritor, "Essa Gente". Achara uma obra-prima, no mesmo nível de Budapeste, "O Irmão Alemão" e "Leite Derramado". Achava que Salman Rushdie estava certo quando afirmou: "A imaginação literária de Chico Buarque é bela e peculiar. Ler a sua ficção é sempre um prazer". Também estava correta a escritora franco-iraniana Lila Azam: Zanganeh: "Com aparente simplicidade, Chico Buarque faz uma enternecedora, ainda que ligeiramente cômica, elegia à solidão, à mágoa, aos mal-entendidos eróticos (e literários)e à nostalgia de todas as coisas ditas".

No mais, achava o homem, que os direitistas deviam continuar lendo seu ídolo literário: Olavo de Carvalho.Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 18/03/2020
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