O INÍCIO
O início, antes de tudo, quando a palavra início e quando não formavam sentido, havia o ponto, que insatisfeito em sua condição sólida e densa, dobrou-se sobre si mesmo e colapsou-se; dividindo-se em infinitos pontos de menor densidade. Estes, uniram-se originando a reta – o comprimento – o afrente e o atrás – a primeira dimensão.
A reta maravilhou-se em sua condição unidimensional. Mas, não tardou, quis ser mais. Convocou suas iguais, e unindo-se formaram o plano – a largura – a direita e a esquerda – a segunda dimensão.
O plano revoltou-se em sua condição bidimensional e se levantou, formando o cubo – altura ou profundidade – o acima e o abaixo – a terceira dimensão.
E o cubo continha o plano; e plano continha a reta; e a reta continha o ponto. E por união e composição estavam formatadas as três dimensões espaciais.
O cubo percorreu distancias imensuráveis. E pelo atrito sofrido por forças que compõem o Uni e o Verso, suas arestas foram aparadas.
As palavras quando e início já formavam sentido. Havia o tempo, formatado pelo movimento possível ao espaço.
Tamanho foi o atrito sofrido que o cubo transformou-se em esfera. A forma perfeita que contém todas as formas.
A esfera rodou por versões da unidade e foi se desgastando. Rodou em ciclos infinitos por eternidades, até tornar-se um ponto.
Neste momento, o ponto descobriu que tudo estava contido nele.