A CIDADE ENCANTADA DE JUREMA PRETA

Oh de casa, oh de casa...

Oh de fora!

Sou eu, o Eliomar.

Entre Eliomar, meu filho.

A benção, minha mãe.

Que a Jurema Preta nos abençoe, Eliomar.

Que o homem permaneça na cidade encantada e que os espíritos que procuram, encontrem o caminho.

As lagartas se anteciparão, minha mãe.

É verdade. Eis o ser dona da sabedoria.

Mas o homem se acha o dono e conhecedor, mas ele é só filho da ganância.

Lembre, Eliomar, que as pessoas são como o céu: Cada uma vive a sua distância.

Só se encontram quando fecharem os olhos e não tiverem mais força para os abrir.

Aí, perdem-se do universo e viram vazio que aflige.

(Nesse dia vamo-nos perguntar de onde viemos.

Vamos ter a conciência que a vida é um pequeno acaso e não um mundo para encher com sofreguidão).

O homem é criatura da ambição.

Sofre dos devaneios, que são os seus.

É vítima de si.

O homem é bicho de juízo fraco.

Sente mal a vida.

Sente dor.

Sente o fosso da separação.

Aquela dor de estar em fila, esperando (amor).

Valha Jurema Preta.