O bolo de chocolate
Ela é uma verdadeira poesia humana, daquelas que se lê com cuidado para não perder nenhum detalhe.
Sentada na frente do seu computador ouvindo várias músicas e conversando com algumas pessoas aleatórias, olha para o lado e sente uma vontade desesperada de comer um bolo de chocolate. Um pedido simples, se não fosse o horário que o relógio marcava "21:00" e o frio absurdo que fazia do lado de fora da janela atrás de si.
Pensou um pouco e por fim levantou, -vou fazer esse bendito bolo-, disse em voz alta.
Mediu tudo e fez um pouco de bagunça no trajeto mas até isso soou como uma liberdade e alegria em pequenas coisas.
Colocou um jazz para tocar e se deliciou com a sua própria companhia e pelo desejo de comer o bolo que em breve ficaria pronto.
Limpou toda a bagunça que havia feito e nem percebeu que a temperatura da água era extremamente fria. Talvez a empolgação de pequenos momentos nos faz indiferentes as coisas 'ruins' que nos cercam.
Terminado de assar, ela fez uma calda e despejou sobre o bolo, terminou com alguns granulados em seu topo e por fim, deu um breve e largo sorriso! Tinha ficado perfeito.
Sentou a mesa, pegou um prato e cortou uma fatia do bolo. Comeu com os olhos fechados e sentiu como se uma explosão de aromas, sentimentos e sensações explodissem dentro de si.
Por fim, ela sentiu um desespero por palavras e uma necessidade de escrever sobre como se sentira feliz com um gesto tão simples que havia feito para si mesma.
Entendeu que a vida consiste em pequenas alegrias, como aprender a amar e desejar a própria companhia.
Era pra ser um bolo de chocolate mas se tornou um ensinamento que ela jamais vai esquecer.