A máquina de escrever
Aos anos que passavam tão rápido que escorriam pelas sarjetas, o poeta do povo, M.K. Santaneiro , vivia sua maior crise de poesia. Gostava de inspirar e depois cuspir as grandes obras líricas.Ao leitor , espectador, amigo e velhos atores, os poemas de M.K. traziam a centelha da vida. Os risos da Felicidade.
O mais aterrador, mesmo sendo um dos artistas mais úteis da pré-modernidade, o artista talvez perdera o talento. Ou será que esqueceu?Ou ganhou lucidez?
Queda na economia das artes. A pressão era grande. Sem contar a falta de apoio político. E pensar que a poesia seja capaz de fazer tantas peculiaridades.
M.K. viu numa tampinha de Coca-Cola e depois nos horóscopos do Facebook que se , em uma corrente criativa, comprar e montar estrofes em uma máquina de escrever, a necessidade do gênio da escrita retornaria.
M.K. também alugou uma casa na praia. Foi para um desses países que tem o mar verde. Coqueiros do 007 e brisas mais fortes do que nossa paciência com futebol.
Após todos os ritos, M, nosso poeta nacional, tão influente nas vidas daqueles que não entendiam a vida, sim , ele voltaria a poetizar.
E deveria de certo me surpreender? A máquina barulhando. Os versos voando com a brisa do mar. Brega? Não achei metáfora melhor. Pense em uma em preto e branco. Tudo fica mais colorido assim. Desculpe pelo paradoxo.
Nas livrarias virtuais a poesia retornou. A máquina de escrever retornou. Vendas que crescem e se espalham.
O último livro, intitulado " A máquina de escrever" trouxe tanto sentido aos ouvintes de versos que nosso Brasil tornou-se mais brasileiro. E assim notamos o verdadeiro poder da arte:manter a economia ativa e reviver relíquias. E formar novos artistas,porque o sonho também dá dinheiro. Aos acordados!
Ainda bem que a venda de livros digitais e físicos não expõe a ficção para produzir obras acessíveis ao público. Uma história que nos traz um conto e revela o marketing do bloqueio criativo.
E continua funcionando.
M.K. Santaneiro
Poeta brasileiro e contista aos finais de semana