A OUSADIA DE UM SER

Era outono quando Lorena encontrou ken, estava sentado em um banco numa estação de trem.

- Bom dia! - Acho que lhe conheço. - Disse Lorena.

- De onde você me conhece? -Perguntou Ken.

-Você não é o Ken?

-Sim, respondeu ele. -Ah, já sei de onde você me conhece, um dia passei na sua casa e pedi algo para comer, foi isso.

-Sim, respondeu Lorena.

Ela não queria lembrar essa situação, para não lhe causar constrangimento, mas parecia tão natural aquilo para ele, que mesmo relatou os detalhes daquele momento. Lorena escutou. A partir deste dia Ken todos os dias se encontrava em lugares estratégicos onde fosse fácil de Lorena o encontrar, tanto pela manhã quanto ao anoitecer quando ela voltava do trabalho e sempre lhe oferecia um lanche.

Era um rapaz jovem, bonito que tinha muita facilidade com a comunicação, tinha um vocabulário perfeito, ela se prendeu a este modo inteligente de conversar, as pessoas inteligentes a atraia. Ele logo de cara perguntou em que Lorena trabalhava.

- Sou professora. – respondeu ela.

- Imaginei! – Disse Ken.

Foram se passando os dias e Lorena cada dia mais empenhada em ajuda-lo sair das ruas e ele se mostrava interessado ao empenho dela. Um dia Lorena o convida para um almoço de domingo em sua casa, ele aceita e na hora marcada estava Ken no portão para o almoço. Isso virou hábito de finais de semana, comer na casa dela. Até que envolveu a família toda, todos na casa estavam preocupados com ele. Logo Lorena arrumou roupas, calçados e lhe ofereceram as três refeições por dia, tomar o café e ir embora, só que ele ia pela manhã e passava o dia todo só ia embora dez e meia da noite. A mãe propôs que ele fosse embora depois do café e só voltasse na hora do almoço, mas não se tocava, ficava o dia inteiro sem fazer nada, só conversando no celular e dava certa atenção ao senhor Eli pai de Lorena, pois, ele era cadeirante e gostava muito de conversar.

Certo dia conversando com Lorena, soube que ela sempre conversava com o ex-namorado e ficou uma fera, deixou de ir a casa dela disse que não precisava mais, ele se virava. A culpava do desentendimento, ela ficara muito chateada, não via razão para isso. Deixando de frequentar a casa seus pais que já estavam acostumados com ele e até se sentiam bem, começaram perguntar por Ken. Lorena respondia: - Não o vi mais, não quis contar o que havia acontecido entre eles.

Depois de quase quinze dias, ele entra em contato com Lorena e recomeça tudo outra vez. Ken vai ficando cada dia mais íntimo da família e eles foram se afeiçoando a ele. Ao passar do tempo ele começou acusar Lorena de está sempre o machucando, ela ficava sem entender qual ponto e o perguntava: - O que falei que te machuquei? Ele não respondia, não sabia explicar. Na verdade não existia nada disso.

- Então não te machuquei você não diz, como posso me corrigir. – Dizia Lorena. Mas ele não falava, apenas acrescentava que Lorena afastava as pessoas e não sabia porque, quando percebesse estaria sozinha. – Você não tem tanto amigo como pensa que tem. – Dizia Ken. Parecia que ele sentia muita inveja de Lorena e queria deixa-la com a autoestima baixa, já que ela era muito bem resolvida.

Em um domingo, Lorena estava bem produzida, pois tinha acabado de chegar da igreja, ele quando a vê faz-lhe um elogio: - Nossa como você está bonita! Ela sempre foi muito brincalhona e se valorizava também, então, respondeu com um sorriso: - Eu sei que sou bonita. Foi motivo para Ken ficar de mau humor. Ela era muito espontânea tinha várias amizades, se cuidava muito e sempre comentava para sua irmã Lina, precisamos se amar e sempre saber dizer quando vemos que algo vai nos prejudicar. Uma vez em uma dessas conversas, Ken estava presente e se irritou com Lorena, nesta noite ele jantou e foi embora logo, mal falou tchau para ela. – Acho que por hoje basta, vou embora antes que piore a situação. – Disse Ken.

Começou a dizer que Lorena sempre era culpada disso, culpada daquilo, que ela o irritava, mas gostava dela, sempre ficava de mau humor com ela com muita facilidade. Até que um dia, Lorena chega do trabalho e Ken a recebe com palavras grosseiras, agride verbalmente, tenta feri-la moralmente diante da família e tenta jogar todos eles contra ela. Foi um verdadeiro inferno que aquele homem armou aquela noite e por alguns meses, apesar dele não frequentar mais a casa ele continuou em contato com Lina sua irmã e o pior que ela acreditava nele.

Uma noite ele foi procurar Lina em casa, a mãe dela ficou nervosa e se irritou, não queria mais saber dele frequentando aquele ambiente. Aos poucos foi se aproximando, até que uma noite pediu para entrar, pois queria fazer as pazes com Lorena. Inventou um monte de mentiras que não a convenceu e depois pediu perdão. Ele dizia que era rico, tinha vários negócios e ofereceu ajuda. Só que Lorena, percebia que era tudo mentira, continuava se vestindo mal e andando com aquela mochila que a própria Lorena e Lina tinham dado de presente de natal. Ele não admitia ser contrariado.

Depois de várias pesquisas sobre vários assuntos, pois aquelas atitudes as intrigavam, descobriu nele todas as características de um narcisista, um verdadeiro vampiro, que vive as custa dos outros para sugar. Aquela família não era a primeira vítima dele, juntando os quebra-cabeças notou-se que ele já havia feito aquilo com várias mulheres. Lorena tomou uma decisão: - Se eu encontrar com ele, desvio o caminho, se depender de mim, nunca mais ele terá nem um pequeno café.

Muito cuidado com pessoas de conversa bonita demais e sempre observem entre as palavras, o que foge da conversa anterior, nem sempre diz a mesma coisa. Aparece um anjo e é um verdadeiro vampiro. Quase acabou com a relação entre duas irmãs que se amavam muito.

O narcisista tem traços psicopatas capazes de serem confundidos.

Marlene Rayo de Sol
Enviado por Marlene Rayo de Sol em 02/09/2020
Reeditado em 05/09/2020
Código do texto: T7052946
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