O Lençol

Ao passar na avenida central desta cidade periférica de humores e lapsos de sanidade, observou- se o impensável até a escrita desse texto: um edifício e uma janela de apartamento. Lugar pequeno de moradia, com seu status de modernidade.

Neste quadrado que os humanos usam para observar o mundo e entrar ar havia o pano branco. Os passos que as pessoas davam tornou-se menos comum.

Um protesto? Com certeza uma chance de sermos preciosos. O pano é o símbolo do que precisamos, nossa precisão da paz, ouviu-se nas lanchonetes .

As passeatas pela paz trouxeram o apoio de tantos que os bandidos tiveram de encontrar novos mercados . Os abraços eram constantes. Os preços eram justos. E os animais tinham lugares para serem animais.

A cidade da paz é o símbolo de tudo o que o ser-humano tem de potencial, vociferavam artigos científicos. Desse modo, através do pano branco em uma janela, em questão de semanas , tudo caminhava para dois caminhos: ou teríamos um ataque de hiperglicemia ou alguém colocaria um pano vermelho em uma janela de qualquer construção.

Após uns dias , depois das semanas, Romero chegou em seu apartamento central. Retornar de férias é sempre um choque de vida. O que queremos e o que podemos. Ele vai trabalhar mais um ano chato para juntar mais dinheiro e viajar para um lugar menos chato e assim se sentir chateado ao retornar.

Como Romero sempre esquecia de futilidades, recolheu o lençol que estava em sua varanda. Percebeu a cidade com um esquema amigável, mas ao voltar em seu ambiente de trabalho, tudo estava normalizando. Só se irritou por ser assaltado mais tarde. Até parecia que os bandidos estavam querendo compensar algo. A vida urbana sempre fará parte da arte. De uma crítica desse monte de gente em um lugar sem símbolos.

Fabio Garcia
Enviado por Fabio Garcia em 07/09/2020
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T7057117
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