A poesia fugiu de casa como se estivesse farta dos contextos em que a aprisionavam, fosse em quedas ou rondas de angústia, egoísmo ou despotismo de cada poeta de arco e flecha apontados ao coração de quem for ler as suas idiossincrasias sem objecto pessoal.
A poesia foi andar pela noite, curar as angústias com uns copos de vinhos, cantar uns fados na miséria dos vizinhos e soltou-se em bandos de irresponsáveis que faziam falta à frase solta. E dentro da nova anarquia quem se curou da ressaca guardou consigo a poesia e levou-a dentro do sapato mesmo ao raiar do dia.
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