VIVA E MORTA - Fim

Através do advogado de José Eufrásio, agora seu amante, Celice tomou conhecimento de que seu marido não deu seu sobrenome a sua filha Cláudia Emília, mas fez uma averbação dela no testamento que estava iniciando a feitura.

Celice já havia maquinado um plano para tirar Cláudia da herança, mas precisava antes interditar José Eufrásio.

A instabilidade emocional de José Eufrásio, por efeito dos alucinógenos, cada dia se agravava e Celice sempre tinha em mãos um remedinho que o acalmava, que na verdade era mais droga, a qual ela já nem se preocupava muito em disfarçar, pois ele queria mais e mais, e o seu plano seguia dando o resultado que ela pretendia. Ele mesmo já se injetava na veia a droga que ela lhe dava.

De propósito, ela preparou uma seringa com uma superdosagem de droga e deixou em uma gaveta em que sabia que ele iria procurar. Disse que tinha se esquecido de comprar e não entregou nada a ele como costumava fazer. Ansioso, entrando em desespero, ele vasculhou e encontrou a seringa, como a ansiedade era grande demais, aplicou de uma vez só o conteúdo em sua veia.

Horas depois seu atestado de óbito era divulgado como causa morte, overdose por cocaína.

A pretensão de Celice de excluir Cláudia Emília da herança não foi possível, pois além da averbação, havia uma declaração devidamente registrada, impossível de ser anulada.

Depois de seis meses sem o aparecimento de José Eufrásio e sem nenhuma notícia, Cláudia Emília agora com dezesseis anos, acompanhada de sua mãe, voltou para a cidade onde nasceu.

José Eufrásio havia deixado uma boa soma em dinheiro depositado em nome da mãe de Cláudia, o que possibilitou a elas se estabelecerem naquela pequena cidade.

Cláudia Emília completou a maioridade e aí teve uma surpresa que jamais imaginaria que lhe pudesse acontecer. No Cartório Eleitoral, ao solicitar seu Título de Eleitor, tomou conhecimento de ela era falecida, em cujo atestado de óbito constava morte por traumatismo encéfalo craniano e fraturas múltiplas, consequência de um atropelamento sem identificação de autoria e que fora sepultada como indigente.

Depois de anos, o processo de revisão desse falecimento permanecia parado no fórum local, sem qualquer decisão.

Cláudia Emília, a viva morta, seguiu sua vida sem imaginar que era herdeira de uma grande fortuna.

Celice e o advogado traidor de José Eufrásio, foram encontrados carbonizados dentro do carro dele no fundo de um despenhadeiro na serra do mar. Acidente ou suicídio?

JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 24/01/2021
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