Qual é o transtorno? 
 
Alice já estava na vigésima sessão e ainda não sentia confortável no divã. Sua terapeuta era excelente e já havia utilizado vários métodos e mesmo assim a paciente não ficava totalmente à vontade.
Quando Alice a procurou estava se sentindo no fundo do poço, com pensamentos distorcidos e uma ansiedade generalizada. Buscava na profissional um rótulo, que encaixasse em suas “neuras”. Sofreria de transtorno borderline? Era depressiva? Bipolaridade? Síndrome do pânico?
Alice admitia que as terapias estavam lhe ajudando, sentia mais calma e mais consciente. “Agora não precisava fugir da realidade”.
Alice atendendo ao pedido da terapeuta, construiu uma linha de tempo, com os acontecimentos marcantes de sua vida, só depois de pronto percebera que deixou de fora, fatos doloridos. Não fora intencional. Talvez a própria mente tivesse criado um mecanismo de defesa para poupá-la de tantas lembranças tristes.
Depois de algumas sessões Alice relatou no divã alguns de seus sonhos mais ocultos. Sentiu vergonha em contar os detalhes. Por que Alice não conta tudo de uma vez?
Alice confessou: “tudo está misturado e bagunçado, como em uma grande gaveta, onde vejo objetos inúteis, mas ainda não consigo separá-los. Ainda não consigo distinguir se é sonho ou é real...
- Diga logo, qual é o meu transtorno?